Brasil resgata o protagonismo internacional no combate às mudanças climáticas
Umuarama/PR
Após quatro anos sendo tratado como párea internacional devido à incompostura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), seja pela falta de diplomacia com os demais países ou pelas ações desastrosas durante a crise sanitária e desprezo pelas questões climáticas, o Brasil dá um passo importante para reconquistar o respeito internacional.
Foi isto o que aconteceu na quarta-feira, 16/11, com a chagada do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, ao Egito, onde se realiza de 06 a 18/11 a Conferência Mundial Sobre Mudanças do Clima, a COP-27, realizada de 06 a 18 de novembro, no Egito, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Pela primeira vez na história um presidente eleito, ainda não empossado, é recebido no evento com status de chefe de estado. Tanto que a ausência do presidente Jair Bolsonaro (PL), representado no evento pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, não fez grande diferença para os líderes internacionais que disputavam um espaço na agenda de Lula para tratar de questões de interesse mútuo.
Fato é que, após quatro anos de difícil interlocução com o Brasil, o mundo quer saber, principalmente, como o novo governo brasileiro participará do esforço mundial pelas mudanças climáticas a partir de 3023. Essa é uma questão prioritária para os grandes países e o Brasil tem um papel fundamental nesse projeto. O problema é que nos últimos anos o Brasil se tornou um dos principais emissores de gazes poluentes devido principalmente às queimadas. As ações governamentais se resumiram a eliminar o Ministério do Meio Ambiente e sucatear órgãos de controle e fiscalização, como o Ibama.
PRESTÍGIO DE LULA - O discurso de Lula na COP-27 era o mais aguardado de todos e ele tratou de mostrar ao mundo que o Brasil terá um novo rumo a partir de 2023. Não negou que a prioridade será combater a fome e a pobreza, mas disse o que todos queriam ouvir de um chefe de estado brasileiro: o compromisso de lutar ao lado dos demais países no combate às mudanças climáticas. Essa tarefa envolve não só a recuperação de grandes áreas devastadas nos últimos anos. Primeiro será preciso reestruturar os órgãos de fiscalização, cuja atuação será fundamental para impedir a derrubada da floresta, impedir o garimpo ilegal e dar amparo e segurança aos povos da Amazônia.
Tanto no discurso durante a COP-27, quanto nas diversas reuniões com líderes internacionais no Egito, Lula citou o seu projeto de lutar pelo desmatamento zero e o foco na atração de investimentos em bioeconomia e em energia limpa e renovável. A Amazônia oferece um potencial enorme para o sucesso dessa proposta e é isto o que o presidente eleito tentou mostrar ao mundo: inverter a lógica, ou seja, não é preciso destruir a floresta para tirar dela o máximo de proveito possível.
INVESTIMENTOS - O sucesso das ações mundial de combate às mudanças climáticas depende em grande parte da preservação da floresta amazônica. O contrário também é verdadeiro, pois a Amazônia também depende do apoio internacional para que as ações protetivas e de cunho econômico-social sejam frequentes e eficazes. Portanto, o futuro governo brasileiro aposta nos recursos e investimentos estrangeiros para desenvolver os projetos necessários ao longo dos próximos quatro anos.
Nesse sentido, uma das primeiras ações deverão ser a recriação do Fundo Amazônia, voltado para a captação de ajuda nacional e internacional para a proteção da floresta. Criado em 2008, o Fundo foi extinto no segundo ano do governo Bolsonaro. A captação de recursos para o Fundo Amazônia é condicionada pela redução das emissões de gases de efeito estufa oriundas do desmatamento, ou seja, é preciso comprovar a redução do desmatamento na Amazônia para viabilizar a captação de novos recursos. Nos últimos quatro anos o desmatamento foi recorde e os R$ 3,6 bilhões que estavam depositados no Fundo Amazônia, permaneceram congelados.
COM LULA, APOIO AUMENTA – Além do desbloqueio dos R$ 3,6 bilhões ignorados por Bolsonaro, o Fundo Amazônia tende a crescer após a vitória de Lula nas eleições presidenciais. Os principais financiadores do Fundo são os governos da Noruega e da Alemanha. Não apenas eles, mas outros países europeus já manifestaram interesse a uma nova injeção de recursos no Fundo Amazônia. Até o momento, não detalharam quanto pretendem investir, o que só deverá ser definido com a retomada das negociações iniciadas por Lula durante a COP-27.
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