Direção deixa clara intenção de desmonte da Caixa
Campo Mourão/PR
Entrevista do presidente do Banco, durante divulgação do balanço, revelou a estratégia de enfraquecimento da instituição.
A intenção do governo golpista de acabar com a Caixa ficou clara, mais uma vez, nesta terça-feira (29), durante coletiva de imprensa para anunciar os resultados de 2016. Além de apresentar resultados abaixo do esperado pelas projeções anunciadas no ano passado, presidente da instituição, Gilberto Occhi, disse que cerca de 100 a 120 unidades deficitárias passarão por uma "intervenção" neste ano. Segundo ele, as alternativas são fechamento, fusão, diminuição de estrutura ou remanejamento para outro local. Occhi revelou ainda que o processo deve ser iniciado ao fim do processo de demissão voluntária (PDV), no qual ele calcula a adesão de 5 mil funcionários.
“É um claro desmonte da Caixa, essa tática é usada há tempos pelos neoliberais, primeiro eles enfraquecem a empresa pública ao máximo, para depois privatiza-la, com a justificativa de que é a melhor saída para o governo”, explicou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e empregado da Caixa.
Além disso, a Caixa está recorrendo na Justiça sobre a convocação de 2 mil aprovados em concursos públicos. De acordo com o presidente do banco, haverá ainda a reestruturação das áreas da Caixa, com a participação das vice-presidências no processo.
Ele também anunciou que a Caixa está negociando com o governo federal mudanças no Saúde Caixa, plano de saúde que atende cerca de 250 mil pessoas, entre empregados, dependentes e aposentados. Em janeiro, a Caixa já tinha reajustado o valor das mensalidades pagas pelos empregados referente ao plano, de 2 para 3,46% do salário e o percentual de coparticipação de 20 para 30%, além do limite de coparticipação anual subir de R$ 2,4 mil para R$ 4,2 mil reais.
As medidas foram suspensas por uma liminar da Justiça do Trabalho de Brasília após ação da Contraf-CUT e dos sindicatos, que destacam que a mudança nas condições do plano fere os direitos adquiridos.
“Para reverter os ataques aos empregados e ao banco público, a única saída é a mobilização da classe trabalhadora. Nós precisamos nos unir e mostrar que estamos atentos a toda essa tentativa de desmonte. A Caixa é e sempre será 100% Pública”, completou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Juventude da Contraf-CUT e empregada da Caixa.
Números precisam ser explicados
A direção da Caixa também precisa explicar os números apresentados de que o banco teve lucro líquido de R$ 4,1 bilhões no ano passado. Trata-se de queda de 41,8% em relação a 2015. No ano passado, também de acordo com o balanço, a Caixa injetou R$ 712,5 bilhões na economia brasileira.
Em setembro, quando o lucro acumulado era de R$ 3,4 bilhões, projetava-se fechar o ano com quase R$ 7 bilhões. No balanço, a Caixa destaca a melhoria do resultado operacional, da margem financeira e da carteira de crédito, bem como a queda do índice de inadimplência.
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