Críticas a Bolsonaro e Guedes teriam motivado demissão de economista-chefe da XP Investimentos
PACTU
Demitida do posto de economista-chefe da corretora de valores, que tem entre seus sócios o banco Itaú, Zeina Latif criticou o "pibinho" de Guedes e Bolsonaro em uma das suas últimas alfinetadas no governo
As críticas às inconsistências da política econômica de Paulo Guedes, ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro, teriam motivado a demissão da economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, que deixa a corretora de valores que tem como sócio o Itaú.
Segundo coluna de Guilherme Amado, na revista Época, as análises da economista em relatórios internos e na coluna que mantém no jornal O Estado de S.Paulo com críticas ao governo causaram um processo de desgaste pelo descontentamento gerado nos sócios Guilherme Benchimol, Gabriel Leal, Beny Podlubny, Marcos Peixto e Carlos Ferreira, que atuam como executivos da empresa, que vendeu 49,9% das ações por R$ 6,3 bilhões para o Itaú Unibanco no finalde 2007.
Em nota, a XP comunicou o mercado que a decisão da saída de Zeina Latif foi “de cunho pessoal”, mas o descontentamento entre os sócios era crescente, diante das críticas da economista a Paulo Guedes.
Na última delas, Zeina Latif criticou o “Pibinho” comemorado por Guedes e Bolsonaro junto ao sistema financeiro. “O Brasil corre o risco da complacência. Tenho dúvida do quão ambiciosos seremos para escapar do risco da mediocridade”, disse em entrevista ao Valor Investe.
Em setembro, a economista já havia criticado a política do governo de aumentar o teto dos gastos. “Abrir esse precedente (mexer no teto) é o equivalente ao sujeito que é viciado e fala: ‘só mais um traguinho’”, disse, em entrevista a O Estado de S.Paulo.
Na entrevista, ela ainda afirmou que não via uma “arrancada para valer de crescimento econômico” e do aumento da cobrança de impostos que deve ser feita pelo governo. “Tem setores em que a carga tributária vai aumentar”, afirmou.
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