Greve nacional completa 10 dias, fecha 8.758 agências e cobra negociações
A greve nacional dos bancários completou 10 dias nesta quinta-feira (6). O movimento cresceu e paralisou 8.758 agências e vários centros administrativos de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal. O balanço foi feito pela Contraf-CUT, a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 18h.
"Trata-se da maior paralisação da categoria nos últimos 20 anos, superando o pico da greve de 2010, quando os bancários pararam 8.278 agências em todo país", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "A culpa pela greve é dos bancos, que permanecem em silêncio, recusando-se a retomar o diálogo com o Comando Nacional e apresentar uma proposta decente com avanços econômicos e sociais", destaca.
A Fenaban ainda não respondeu à carta enviada na terça-feira (4) pela Contraf-CUT cobrando a retomada das negociações. "Vamos despertar os banqueiros ampliando ainda mais a greve, a fim de que tragam uma proposta à altura dos lucros estrondosos de R$ 27,4 bilhões que acumularam somente no primeiro semestre deste ano", destaca Cordeiro.
Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro, depois de rejeitarem a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban na quinta rodada de negociações, que significa apenas 0,56% de aumento real.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.
Segundo dados do Dieese, o setor financeiro apresentou o terceiro maior crescimento na economia, comparando-se o segundo trimestre deste ano com o mesmo período de 2010. A intermediação financeira cresceu 4,5% no período, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu 3,1%. "Esse ganho é fruto do trabalho dos bancários, que merecem uma remuneração digna. Além disso, os bancos estão devendo contrapartidas sociais como forma de melhorar a prestação de serviços e contribuir para o desenvolvimento do país", afirma Cordeiro.
O presidente da Contraf-CUT destaca a importância da valorização do piso salarial dos bancários. Dados do Dieese demonstram que o salário de ingresso nos bancos no Brasil é equivalente a US$ 735, mais baixo que o dos uruguaios (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos argentinos (US$ 1.432).
O valor por hora trabalhada também é bastante inferior no Brasil. O piso dos bancários brasileiros é equivalente a US$ 6,1 por hora de trabalho, enquanto os argentinos ganham US$ 9,8/hora, seguidos pelos uruguaios, que recebem US$ 8/hora. Segundo a pesquisa, cerca de 140 mil bancários recebem o piso no Brasil, o que significa aproximadamente 30% ou quase um terço da categoria.
"O Brasil está crescendo e já é a sétima economia do mundo, mas ocupa a vergonhosa posição entre os dez países mais desiguais do planeta. O setor financeiro está entre os que mais lucraram nos últimos anos, mas se nega a distribuir renda aos seus funcionários, enquanto paga bônus milionários para os seus altos executivos, que chegam a ganhar até 400 vezes mais que o piso de um bancário. O caminho para mudar essa situação passa por aumentos reais de salários para os trabalhadores", defende Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT
"Trata-se da maior paralisação da categoria nos últimos 20 anos, superando o pico da greve de 2010, quando os bancários pararam 8.278 agências em todo país", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "A culpa pela greve é dos bancos, que permanecem em silêncio, recusando-se a retomar o diálogo com o Comando Nacional e apresentar uma proposta decente com avanços econômicos e sociais", destaca.
A Fenaban ainda não respondeu à carta enviada na terça-feira (4) pela Contraf-CUT cobrando a retomada das negociações. "Vamos despertar os banqueiros ampliando ainda mais a greve, a fim de que tragam uma proposta à altura dos lucros estrondosos de R$ 27,4 bilhões que acumularam somente no primeiro semestre deste ano", destaca Cordeiro.
Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro, depois de rejeitarem a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban na quinta rodada de negociações, que significa apenas 0,56% de aumento real.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.
Segundo dados do Dieese, o setor financeiro apresentou o terceiro maior crescimento na economia, comparando-se o segundo trimestre deste ano com o mesmo período de 2010. A intermediação financeira cresceu 4,5% no período, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu 3,1%. "Esse ganho é fruto do trabalho dos bancários, que merecem uma remuneração digna. Além disso, os bancos estão devendo contrapartidas sociais como forma de melhorar a prestação de serviços e contribuir para o desenvolvimento do país", afirma Cordeiro.
O presidente da Contraf-CUT destaca a importância da valorização do piso salarial dos bancários. Dados do Dieese demonstram que o salário de ingresso nos bancos no Brasil é equivalente a US$ 735, mais baixo que o dos uruguaios (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos argentinos (US$ 1.432).
O valor por hora trabalhada também é bastante inferior no Brasil. O piso dos bancários brasileiros é equivalente a US$ 6,1 por hora de trabalho, enquanto os argentinos ganham US$ 9,8/hora, seguidos pelos uruguaios, que recebem US$ 8/hora. Segundo a pesquisa, cerca de 140 mil bancários recebem o piso no Brasil, o que significa aproximadamente 30% ou quase um terço da categoria.
"O Brasil está crescendo e já é a sétima economia do mundo, mas ocupa a vergonhosa posição entre os dez países mais desiguais do planeta. O setor financeiro está entre os que mais lucraram nos últimos anos, mas se nega a distribuir renda aos seus funcionários, enquanto paga bônus milionários para os seus altos executivos, que chegam a ganhar até 400 vezes mais que o piso de um bancário. O caminho para mudar essa situação passa por aumentos reais de salários para os trabalhadores", defende Cordeiro.
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