Governo tenta empurrar responsabilidade de prova de vida do INSS para funcionários do BB

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Governo tenta empurrar responsabilidade de prova de vida do INSS para funcionários do BB

Gestão do banco quer aproveitar para vender produtos e serviços desnecessários para beneficiários

O Banco do Brasil enviou aos seus funcionários, nesta semana, um boletim interno sobre a realização da prova de vida dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaka, a medida expõe os funcionários ao risco de contágio pelo novo coronavírus para cumprir uma responsabilidade que seria do governo e não do Banco do Brasil, numa tentativa de vender produtos e serviços para os beneficiários do INSS.

“É de extrema insensibilidade da direção do banco soltar esse tipo de orientação cobrando vendas em um momento de pandemia. A responsabilidade pela realização da prova de vida é do governo, e não dos bancários”, disse.

O boletim enviado pelo banco aos seus funcionários explica todas as formas que estão disponíveis no banco para a realização da prova de vida e, ao final, diz: “ACELERA INSS: Cada atendimento ao beneficiário do INSS é uma oportunidade de geração de negócios, fique por dentro da estratégia no artigo 1425 e aproveite para impulsionar o teu desempenho.”

“Ou seja, querem que os funcionários empurrem produtos e serviços para os beneficiários do INSS para cumprir metas. A maioria das vezes, estes produtos e serviços são totalmente desnecessários para quem os adquire. Mas, o banco quer vender cada vez mais e os funcionários são cobrados a realizar esse serviço sujo”, completou o coordenador da CEBB.

Para Fukunaga, o vice presidente de Negócios de Varejo precisa focar sua atuação na gestão do negócio. “Ao invés de ficar criando metas, como se fosse um superintendente, ele deveria fazer a gestão do negócio. Ele pulou etapas por ter feito campanha eleitoral para o atual governo. Mas, continua fazendo o papel de superintendente. Ao ficar cobrando esse tipo de meta, acaba adoecendo constantemente os funcionários. Gerar aumento do adoecimento não é fazer boa gestão”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

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