Na COP26, líderes debatem ações para salvar o planeta

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Na COP26, líderes debatem ações para salvar o planeta
A situação é grave: capangas entram em áreas protegidas e terras indígenas matando quem tentar defender a floresta

Por Joel Guedes (*)

A 26ª Conferência do Clima (COP26), que acontece de 31/10 a 12/11, em Glasgow, na Escócia, reúne chefes de Estados, outras autoridades políticas e ambientalistas de todo o mundo em torno de um debate urgente: como impedir um desastre climático iminente? Organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a COP26 é a maior e mais importante conferência sobre o clima no planeta. É, também o principal órgão decisório da Convenção-Quadro da ONU sobre o tratado ambiental internacional Mudança do Clima, de 1992, voltado à estabilização da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

Diante de constatações alarmantes, como o aumento do índice de emissão de carbono, resultado das queimadas e consequente aumento do aquecimento global, a COP26 é considerada pelos principais líderes mundiais como um ponto de virada para um mundo mais seguro e verde para a humanidade. Todos os discursos e plenárias apontam para um compromisso dos países em alcançar uma economia de carbono zero. Mas o Brasil apareceu de forma negativa.

A destruição deliberada da floresta amazônica, com áreas que já emitem mais carbono do que absorvem, foi citada várias vezes durante o encontro. Nos últimos três anos, o número de queimadas na Amazônia ficou acima da média histórica. Foram os piores anos para a floresta e seus habitantes, mas muito bons para os madeireiros e os mineradores clandestinos. Comprometido com o agronegócio, o governo brasileiro interferiu em operações da Polícia Federal, do Ibama e demitiu fiscais que insistiam em realizar o seu trabalho de forma correta. Mas essa política governamental às avessas não passou despercebida aos olhos do mundo. Muitas vezes protagonista em eventos ambientais no passado, desta vez o país é visto como o vilão da história.

A ausência do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) foi bastante criticada durante a COP26. A participação do Brasil se resumiu a um discurso gravado, no qual em menos de 3 minutos Bolsonaro dispara uma série de mentiras. Uma delas foi afirmar que seu governo tem preocupação com as metas climáticas, quando, na prática, corta estrutura e recursos para a fiscalização da Amazônia e de outros biomas. O Brasil não levou nada à Conferência, a não ser promessas vazias e Bolsonaro fugiu do embate porque sabia que seria praticamente massacrado pela comunidade internacional.

(*) Joel Guedes é jornalista e editor do Jornal Pactu

Fonte: Pactu

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