Janeiro Branco: momento de pensar a saúde mental
PACTU
No primeiro mês do ano, normalmente dedicado a reflexões e tomadas de decisões, campanha busca conscientizar sobre a questão
Há cinco anos entidades da sociedade civil organizada se unem em torno da campanha Janeiro Branco, idealizada por um grupo de psicólogos de Uberlândia para aproveitar o primeiro mês do ano, em que as pessoas estão mais propensas a repensarem suas vidas, relações sociais e condições de existência, para refletir, sem preconceitos e estigmas, sobre a saúde mental e das pessoas da sua comunidade. Segundo a OMS a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é de 10, 4%, e enquanto 4,4% da população mundial sofrem com depressão, o Brasil supera essa média, com 5,8%, segundo maior índice das Américas.
Além de se engajar na campanha em suas redes sociais, a Fenae desenvolve desde 2019 a campanha “Não sofra sozinho”, de conscientização sobre saúde mental e trabalho. Uma das ações é o desenvolvimento de estratégias para a implementação de serviços de assistência aos empregados da Caixa que estejam em sofrimento.
No entendimento da diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, os trabalhadores precisam entender que o sofrimento psíquico não é um problema individual, como querem fazer acreditar. “Se hoje a doença mental é o mal do século, isso é causado por um sistema econômico e social desconectado do humano, que prioriza a competição em detrimento da colaboração e vende uma meritocracia que não existe em uma sociedade desigual como a nossa”, afirma. Fabiana Matheus alerta que devemos ficar atentos ainda para os impactos nocivos de mudanças como o teletrabalho na saúde mental dos trabalhadores.
Fabiana informou que a pesquisa sobre saúde, realizada no final do ano passado pela Fenae, e que ouviu mais de três mil empregados da Caixa, está em fase de sistematização dos dados e deve mapear a realidade da saúde mental na categoria.
O presidente da entidade, Sergio Takemoto, avalia que a pesquisa irá detectar o que as entidades denunciam há anos, que as condições de trabalho estão adoecendo os empregados. Ele lembra que além de toda a sobrecarga de trabalho, os riscos inerentes à pandemia, a direção da Caixa estipula metas inalcançáveis que frustram e adoecem os trabalhadores.
O que fazer?
No site oficial janeirobranco.com.br há materiais, textos, vídeos e publicações que poderão subsidiar a discussão em locais de trabalho, na sua igreja, na sua escola. Com o lema “O mundo pede saúde mental e a gente pode ajudar o mundo nisso”, eles querem espalhar o que chamam de boa notícia: “a doença mental tem cura sim, é preciso saber o que fazer”! Janeiro Branco, engaje-se na discussão da saúde mental e contribua para a construção de um ambiente mais saudável.
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