161 anos da Caixa: O Banco de Todos os Brasileiros está ameaçado
PACTU
A Caixa completa 161 anos nesta quarta-feira (12). Seria um dia de muita comemoração se não fosse a gestão destruidora do atual presidente do Banco Público, Pedro Guimarães. A instituição leva serviços bancários a todos os municípios do País e desempenha um importante papel social, mas isso não é importante para o atual governo.
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, reforça que a Caixa foi criada com a missão de proporcionar a realização dos sonhos das pessoas. "Desde então, ela vem cumprindo seu papel social. Mas o governo quer fatiar as áreas mais lucrativas do Banco Público e entregar para o mercado privado. Por isso, defender a Caixa é tão importante", diz.
Desde que assumiu a presidência da Caixa, em 2019, Guimarães vem trabalhando para desmontar a instituição. Ele vende partes lucrativas do Banco Público, fecha agências, contrata menos empregados do que realmente é necessário, tira investimentos de onde precisa e, assim, vai enfraquecendo o patrimônio do brasileiro.
Sua intenção, claro, é enaltecer o seu trabalho, custe o que custar. Em meio ao marketing pesado sob a sua gestão, Guimarães não explica claramente para a população como a Caixa vem atingindo lucros exorbitantes. Para ele, o que importa é nadar no dinheiro, independente dos meios utilizados para alcançar esses resultados.
Guimarães já contabiliza mais de R$ 5 bilhões em desinvestimento na Caixa Par, desde o início de sua gestão. Foram alvos da tesoura do desinvestimento a Caixa Cartões, o Banco Pan, a Cibrasec, a Capgemini, a Branes e a Caixa Crescer.
E não para por aí. O Governo Federal prevê ainda a privatização de outros braços estratégicos e rentáveis da estatal. Além da Seguridade e do futuro Banco Digital, a direção da Caixa atua para a venda das áreas de Cartões e Gestão de Recursos, todas rentáveis para o Banco.
Até as Loterias Caixa estão na mira da privatização. Com um importante papel social, parte da arrecadação das loterias é transferida para investimento em programas sociais nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde.
Empregados são ameaçados pela atual gestão
Diante de tantos ataques ao Banco Público por parte da atual gestão, resta aos empregados defenderem o patrimônio brasileiro. No entanto, a missão não é nada fácil.
Os casos de assédio moral são cada vez mais frequentes. Muitos empregados já relataram que perdem cargos no Banco Público por ser contra a política de Pedro Guimarães. Inclusive, há relatos de que não se pode nem ir trabalhar usando roupa vermelha, pois isso caracteriza que o empregado é contra o atual governo.
Mesmo com esses e tantos outros problemas, são os empregados da Caixa que estão ali, firmes e fortes, fazendo tudo pelos brasileiros. A representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, destaca que o Banco Público chega aos 161 anos graças ao protagonismo dos empregados e empregadas e a confiança da população brasileira.
"Se hoje o Estado conta com um Banco Público centenário, do porte da Caixa, que pode ser usado para o crescimento do País ou mesmo em momentos de calamidade pública, é porque ao longo de muitos governos, incluindo o atual, os empregados, entidades sindicais e associativas, e movimentos organizados empunharam a bandeira da defesa de manutenção do Banco Público frente às iniciativas de privatização", explica Serrano.
Caixa Social é Caixa Pública
A Caixa está historicamente ligada à gestão de programas sociais. Para os trabalhadores, ela cuida do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Quem é estudante e não tem condição de pagar o ensino superior, é o Banco Público que faz a gestão do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
Quem perde o emprego, recebe o seguro-desemprego pela Caixa. E para os brasileiros que sonham com a casa própria, a instituição, como maior financiador habitacional do País, ajuda nesta missão. Inclusive, foi gestor do programa Minha Casa Minha Vida.
Durante a pandemia, o brasileiro viu de perto como a Caixa é fundamental para todos. O Banco Público foi o agente pagador do auxílio emergencial para mais de 67,9 milhões de brasileiros. Além disso, disponibilizou na conta de mais de 60 milhões de brasileiros o FGTS Emergencial.
Para esses dois pagamentos, a Caixa abriu uma conta poupança social digital para cada brasileiro receber os pagamentos. Milhares de pessoas tiveram, pela primeira vez, acesso a uma conta bancária. Usando o aplicativo Caixa Tem, era possível pagar boletos, transferir o dinheiro, ter acesso a um cartão de débito virtual e até pagar compras em estabelecimentos com um sistema QR Code.
Nesses 161 anos, muita coisa aconteceu. A trajetória não foi nada fácil, mas a Caixa sempre esteve ao lado do povo brasileiro em todos os momentos. E agora, mais do que nunca, é o momento da população lutar por uma Caixa 100% Pública.
Defenda a Caixa
Para celebrar mais um aniversário da Caixa, a Fenae lançou o site "O Elemento X". Ele apresenta para a sociedade a importância do Banco Público e chama a atenção para os riscos da privatização de áreas estratégicas da instituição.
Para defender um País inclusivo e com justiça social, onde todos tenham acesso a políticas públicas que contemplem acesso à habitação, saúde, educação, emprego e renda, 24 entidades representativas se uniram para apoiar O Elemento X.
Takemoto destaca que a Caixa é o banco social, que operacionaliza políticas públicas fundamentais para a inclusão social e a cidadania. "A Caixa tem resistido ao longo de 161 anos aos diversos ataques e se manteve 100% pública, aperfeiçoando seu papel de banco social. O Elemento X é mais uma campanha da Fenae, com o apoio das entidades representativas dos bancários, para mostrar a importância da instituição para os brasileiros e para o Brasil", afirmou.
Além disso, a Fenae promove nesta quarta-feira (12), às 19h, uma live para debater as ameaças que o Banco Público sofre, os impactos que a privatização pode trazer aos setores mais importantes do País e os ataques da atual gestão da Caixa aos empregados.
Participam do encontro o presidente da Fenae, Sergio Takemoto; a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano; e a deputada federal (PT/DF), Erika Kokay. Para mediar o debate, a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e a secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Fabiana Proscholdt.
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