8 de Março contra a violência, a discriminação e o ódio
PACTU
Neste 8 de Março, o mundo vai celebrar mais um Dia Internacional da Mulher. É uma data oficializada como “comemorativa” pela Organização das Nações Unidas (ONU), na década de 1970. Mas há pouco a comemorar. Em que pesem os avanços conquistados ao longo de décadas de lutas pelo reconhecimento de suas causas, a realidade ainda é cruel e assustadora para milhões de mulheres, no Brasil e no mundo. A luta extrapolou a fronteira da desigualdade salarial. É contra o machismo, as diversas formas de violência, a discriminação e o ódio. O Brasil, no momento, é um dos piores países do mundo quando se trata de direitos das mulheres. Nem mesmo leis como a Maria da Penha e a do feminicídio foram suficientes para resolver o problema da violência, que não para de crescer. Na outra ponta, o governo abriu mão das políticas públicas para proteção das mulheres. Desta forma, os números são alarmantes.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil encontra-se em quinto lutar na posição de feminicídios, numa lista de 83 países. São 4,8 assassinatos de mulheres por dia, para cada 100 mil habitantes. A cada sete horas uma mulher é morta e a cada minuto, oito mulheres são agredida no Brasil. A cada hora, 4 meninas de até 13 anos são estupradas; 68% das mulheres assassinadas são negras; 90% dos feminicídios são cometidos pelo companheiro ou ex-companheiro e 2 de cada 3 assassinatos acontecem dentro de casa. Nos últimos três anos, o assédio virtual contra as mulheres cresceu 26.000% no Brasil.
Governo Bolsonaro Ignora
No Brasil, as mulheres também estão entre as principais vítimas do desemprego, do abandono e da fome. O governo Jair Bolsonaro (PL) desmantelou toda a rede de proteção à mulher, inclusive na área da saúde, agravando uma situação que já era preocupante. Nos últimos dois anos e meio, o governo deixou de gastar R$ 376,4 milhões dos R$ 1,1 bilhão disponíveis para programas direcionados às mulheres. O dinheiro permanece guardado, mesmo que sua aplicação tenha sido autorizada pelo Congresso Nacional.
* Redação: Joel Guedes
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