Uso indevido da Lei Rouanet pode financiar armas
PACTU
Recursos da cultura podem ser usados indevidamente para pagar produção de vídeos em defesa do discurso armamentista
A pré-candidatura do ex-secretário especial da Cultura do governo Jair Bolsonaro, Mario Frias (PL), a deputado federal recebeu apoio de grupos armamentista. O apoio foi dado depois que Frias sinalizou com possibilidade de liberação de recursos da Lei Rouanet, criada para incentivar a cultura, para a produção de vídeos e eventos que façam propaganda do uso da arma de fogo.
Para o secretário de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Damarindo, se a concessão de recursos se concretizar, será mais um exemplo de desvio de dinheiro público em benefício de membros do governo Bolsonaro. “Para ser mais direto, é corrupção! É o uso da secretaria da Cultura com a falsa ideia de que se armar é da cultura do brasileiro”, disse. “Além disso, como se trata de um pré-candidato a deputado federal, configura-se uso da máquina pública para financiamento de campanha eleitoral”, completou, ao observar que ao invés de usar recursos da Lei Rouanet para o fomento da arte, usam para angariar apoio de grupos de caçadores, atiradores e colecionadores de armas.
>>>>> Golpe na Cultura: ex-secretário sugeriu R$ 1 bilhão da Lei Rouanet para projetos pró-armas
>>>>> Mario Frias terá apoio de grupo pró-armas
Corrupção no governo
Damarindo lembrou ainda das diversas denúncias de corrupção envolvendo o governo Bolsonaro. “As mesmas pessoas que se autointitulavam fiscais, que iriam acabar com a corrupção, estão atoladas na sujeira pra cima do pescoço”, afirmou. “Tem pastor cobrando pedágio em ouro para facilitar o acesso a recursos que serão utilizados para fins escusos; propina para liberar a compra da vacina Covaxin; as forças armadas comprando viagra, lubrificante e prótese peniana. Tudo isso enquanto o povo brasileiro morre de covid-19 e passa fome. É o falso moralismo estampado no desvio do dinheiro público”, completou.
“Por isso, nas próximas eleições, não podemos dar ouvidos para o discurso moralista e dos ‘senhores’ da lei e da justiça. Temos que eleger candidatos comprometidos com a classe trabalhadora, tanto para a Presidência da República, quanto para os governos e assembleias legislativas, para a Câmara dos Deputados e para o Senado”, concluiu.
Deixar comentário