Discurso de ódio incita a violência, o terrorismo e o assassinato

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Discurso de ódio incita a violência, o terrorismo e o assassinato

A escalada da violência no Brasil cresceu muito nos últimos anos. Tem causado preocupação na sociedade pelo fato de o problema não se restringir apenas à ações policiais desastrosas nas comunidades das grandes cidades, como o Rio de Janeiro, ou nas chacinas provocadas pela disputa entre as facções do crime organizado. Nos últimos anos, tem aumentado em todo o país o número de assassinatos de brasileiras e brasileiros pelo simples fato de pensar e agir contra os interesses de muitos daqueles que estão no topo do poder político ou econômico.
Há poucos dias do covarde assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, na Amazônia, o país se depara com outra tragédia com motivação política. A morte do dirigente sindical e tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, ocorrida na madrugada de 11/07, prova como é perigoso e ameaçador o extremismo ressurgido no Brasil a partir do governo Bolsonaro. Marcelo foi assassinado a tiros por um bolsonarista, durante a festa de comemoração dos seus 50 anos. O tema da festa homenageava o PT e o ex-presidente Lula.

Esse assassinato é mais um na cronologia dos crimes motivados pela intolerância, que começa em 2018 pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, e segue ameaçando a todas e a todos que se opõem ao atual governo. Em março de 2018, a caravana de Lula sofreu atentados a tiros no Paraná. No dia 07 de outubro de 2018, data do primeiro turno das eleições, bolsonaristas atropelaram o cineasta Guilherme Daldin, em Curitiba, e a cantora trans Juliana Iguaçu foi agredida na cabeça. Pelo menos 50 casos de violência foram registrados nos dez dias anteriores em todo o país, todos praticados por bolsonaristas. Um dia depois, um bolsonarista assassinou com 12 facadas o capoeirista Mestre Moa do Katendê, em Salvador. No dia 10 de outubro de 2018, dez bolsonaristas armados atacaram a Casa do Estudante na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba e, no dia 28 de novembro de 2019, bolsonarista assassinou um idoso a socos e pontapés em Balneário Camboriú (SC). Em 7 de setembro de 2021, um grupo de bolsonaristas armados atacou e tentou invadir um acampamento indígena em Brasília.

E, neste ano, a violência prossegue: em junho de 2022, um drone pilotado por bolsonarista lançou veneno sobre o público que aguardava ato com Lula em Uberlândia. No início de julho, mais três episódios violentos: tiro na redação da Folha de São Paulo, ataque com fezes e ovos ao carro do juiz que determinou prisão do ex-ministro bolsonarista Milton Ribeiro e bomba lançada contra o ato público de Lula na Cinelândia. E assim segue, às vezes com lamentáveis perdas, como foram os casos de Marielle, Bruno, Dom Phillips e Marcelo Arruda, entre outros.

Partidos de esquerda e lideranças sindicais há tempo alertam sobre o perigo que representa a intolerância da extrema direita, que não respeita quem pensa diferente, nem as leis e nem as instituições democráticas. O jurista Lenio Luiz Streck, professor de Direito Constitucional, salienta que esse extremismo que tem sido diariamente alimentado por um discurso de ódio, só tem um lado: o de Bolsonaro.

Fonte: Pactu

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