Nova onda de covid-19 “pega” o Brasil com a saúde pública falida
PACTU
Sem recursos, sem medicamentos e sem vacina. Em plena volta da covid-19, o Ministério da Saúde é um barco sem rumo, prestes a afundar. E o “capitão” sumiu!
No levantamento de dados feito até agora pela equipe de transição do novo governo, a maioria das informações é bastante preocupante, mas alguns casos são aterrorizantes. Um exemplo é a situação do Ministério da Saúde. As informações apontam para um quatro caótico sem precedente na história da pasta.
O desmonte promovido pelo governo Jair Bolsonaro (PL) obrigou o Conselho Nacional de Saúde, a acionar a Relatoria de Saúde da Organização das Nações Unidas a respeito os cortes feitos pelo governo do ex-capitão, cujas perdas chegam a 3,3 bilhões reais. Especialistas apontam que as irresponsabilidades do atual governo com a saúde refletem de várias formas, mas nenhuma delas tão gravemente como na cobertura vacinal dos brasileiros, num momento em que leva o Brasil lidera o ranking mundial de índices de contaminação e de mortes pelo novo coronavírus e é ameaçado por uma nova onda de contaminações.
Nas últimas semanas, a preocupação aumentou na medida em que uma cepa da covid-19 se espalha rapidamente pelo país, contaminando a cada dia um número maior de pessoas e levando muitos à hospitalização e à morte. Cientistas têm alertado que a subvariante é mais contagiosa, mas a sua proliferação se dá principalmente entre aquelas pessoas que decidiram não se vacinar ou não completaram o ciclo vacinal. Porém, o Brasil não tem hoje números oficiais da covid-19, pois há muito tempo o Ministério da Saúde deixou de realizar esse levantamento. O governo abandonou a contagem e os números estão desatualizados.
SEM RECURSOS E SEM VACINA
Em todo o mundo, os governos vêm comprando vacinas polivalentes, capazes de combater a nova onda da convid-19. No Brasil, entretanto, o governo Bolsonaro repete o descaso que demonstrou no início da pandemia, em 2020, e até agora não abriu nenhuma licitação para compra de novos imunizantes para a população.
Segundo dados extraoficiais, na semana que encerrou no dia 28/11, registrou-se 77 mortes por covid-19 no país. Esse número foi 132% maior em relação aos sete dias anteriores. Por aí é possível perceber a velocidade com que a doença está se espalhando novamente no Brasil. Outra vez, o governo federal não desenvolve campanha ou qualquer iniciativa que possa orientar as pessoas a se prevenirem. As que correm mais perigo são as 40 milhões de pessoas que não se vacinaram e outras 90 milhões que não completaram o ciclo vacinal.
A VOLTA DA PÓLIO
A irresponsabilidade do governo Bolsonaro vai além de negar a pandemia. A pouca adesão à vacinação, estimulada pelo presidente e outras autoridades com a divulgação de fake news e teorias conspiratórias, tem refletido no cenário de aumento não apenas da covid-19, mas de doenças que há muito tempo não representavam uma ameaça à saúde dos brasileiros.
Em setembro deste ano, a Organização Pan-Americana de Saúde emitiu um alerta de que o Brasil é um dos países sul-americanos com “risco muito alto” de reintrodução da poliomielite, doença erradicada em 1994 após uma massiva campanha de vacinação. Por conta do negacionismo de Bolsonaro, em 2021, a imunização contra a pólio foi de apenas 67,1%, uma redução de 31,1% em relação há seis anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Essa situação não é condizente com a cultura do Brasil, tampouco com o histórico de reconhecimento internacional pela eficiência da política pública de saúde implementada via SUS e pelos mais altos índices de vacinação da população.
Por sorte, a desastrosa gestão está no apagar das luzes, nos últimos suspiros. O novo governo iniciará em janeiro de 2023 e, por certo, já sabe o tamanho do desafio que o aguarda.
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