CBF reforça a luta contra o racismo no futebol
PACTU
A Confederação Brasileira de Futebol publicou uma norma que endurece as penas contra o racismo no futebol, bem como em outras formas de discriminação
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) endureceu as punições contra casos de discriminações raciais, sexuais, de gênero, etnia, procedência nacional, religião, entre outras, com alterações no Regulamento Geral de Competições. O documento dita as normas de todas as competições oficiais do futebol brasileiro. As sanções previstas pela CBF são de natureza administrativa, ou seja, não impedem possíveis penas na esfera da Justiça Desportiva.
De acordo com o texto, as sanções são: advertência; multa de até R$ 1 milhão a ser revertida para causas sociais; impedimento (para o clube) para transferência de atletas; perda de pontos no campeonato disputado. A CBF fixou a multa padrão em até R$ 500 mil. Contudo, o valor máximo será aplicado em caso de reincidência.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, anunciou as medidas inéditas no futebol brasileiro. Ele é o primeiro presidente negro da entidade em mais de um século. “A luta contra o racismo tem pressa. A discriminação racial é crime e nosso trabalho é jogar luz sobre o tema. A gente espera contar com o apoio de todos os clubes, de todos os torcedores, de todos os segmentos da sociedade, de todos da imprensa, para que essa iniciativa não funcione apenas de forma decorativa”, afirmou.
Racismo no futebol
Rodrigues ainda argumentou que a lentidão da CBF no combate à discriminação é inaceitável. “Medidas vêm sendo discutidas há séculos e nunca colocadas em prática. A CBF está fazendo a sua parte”, completou.
Além da lentidão, pesam as penas brandas que falham em coibir os abusos em campo. De acordo com o Observatório Racial do Futebol, em relatório de 2022, os tribunais absolveram suspeitos em 40% dos casos (21). Puniram 32 (60%). A pena máxima, por sua vez, foi de apenas R$ 60 mil, para o Brusque, de Santa Catarina. O clube também perdeu mando de campo e um dirigente ficou 360 dias suspenso, além de multa de R$ 30 mil.
Então, o texto da CBF sobe o tom contra esses casos. “Considera-se de extrema gravidade a infração de cunho discriminatório praticada por dirigentes, representantes e profissionais dos Clubes, atletas, técnicos, membros de Comissão Técnica, torcedores e equipes de arbitragem em competições coordenadas pela CBF.”
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