Confetam quer fazer de Julho das Pretas mês de luta também no serviço público
PACTU
Com o tema “É hora de enegrecer o serviço público!”, a Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Serviço Público Municipal (Confetam) lançará nesta terça-feira, dia 11, às 18h30, por meio de suas redes sociais, uma campanha para trazer a discussão sobre o racismo e a inclusão nas esferas do poder público.
A mobilização faz parte do “Julho das Pretas”, mês em que o movimento negro foca suas ações para discutir a conexão entre preconceito e gênero e estabelecer os principais desafios e estratégias para combater a discriminação.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Locomotiva, em 2023, mulheres negras com ensino superior recebem 55% a menos do que homens brancos com o mesmo grau de escolaridade. Uma mulher negra tem vencimentos, em medida, de R$ 3.571, enquanto um homem branco recebe R$ 7,9 mil.
Apesar de reconhecer que os concursos públicos inibem em parte a discriminação, a secretária de Combate ao Racismo da Confetam, Vilani Oliveira, destaca que essa forma de seleção impessoal não impede totalmente o preconceito. Primeiro, porque a população negra tem maior dificuldade de acesso à educação, o que afeta diretamente na aprovação.
A partir disso, ressalta Vilani, é fundamental utilizar a data como um momento de conscientização. “É um mês para reafirmarmos a luta de combate ao racismo e pelo empoderamento da mulher preta na luta contra todas as formas de desigualdade”, ressaltou.
Momento de debate
A escolha de julho como um mês de luta leva em conta o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e o Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latino-Americana e Caribenha, comemorados em 25 de julho.
A ação foi criada em 2013 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra e se repete anualmente. Em 2023, promoverá 421 atividades realizadas por mais de 200 organizações de mulheres negras em 18 estados brasileiros, além de uma atividade em Paris, na França.
Segundo levantamento do instituto República.ORG, divulgado em 2020, apesar de maioria no serviço público, 59%, as mulheres recebem 25% do que ganham os homens. Diante disso, a presidenta da Confetam, Jucelia Vargas, a luta conjunta de trabalhadores e trabalhadoras é fundamental para reverter esse quadro.
“Nosso desejo é que possamos chegar onde quisermos e sermos livres das amarras históricas que nos deixaram em condições desiguais e vulneráveis. Somos parte importante na construção social e política desse continente, mas com pouco reconhecimento de nossa força”, definiu.
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