Juventude fortalece o debate do futuro do sindicalismo no 14º CONCUT
PACTU
“Luta, Direito e Democracia que Transformam Vidas” é o lema do 14º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), que está sendo realizado neste ano em que a maior central sindical da América Latina e a quinta maior do mundo completa 40 anos de fundação. No total, a CUT tem, hoje, 3.960 entidades filiadas, 7,9 milhões de associados em uma base de 25 milhões de trabalhadores.
Mas, que vidas são essas que participam de perto e de dentro das transformações da classe trabalhadora?. São muitas. Neste ano, o Congresso contabiliza ao menos 5.696 credenciados previamente.
A paridade de gênero, critério pautado pela Central, já em outros congressos e plenárias, mostrou resultados. Serão 2.615 mulheres e 2.941 homens participando dos encontros, debates e espaços deliberativos.
O Congresso Nacional debate, vota e aprova resoluções políticas, organizativas e sindicais, além do plano de lutas que orientará as ações da Central e suas entidades filiadas para o próximo período. Durante o CONCUT, também será eleita a direção nacional, com mandato de quatro anos.
Juventude ativa
Nos 40 anos da Central, próximo de 20% dos participantes são jovens. A maioria deles (177) são do estado do Ceará, seguidos de Pernambuco, com 82 trabalhadores, e pelo Pará, com 78.
Embora o Estado brasileiro defina como jovens as pessoas com idade entre 15 e 29 anos de idade, a CUT define a juventude até os 35 anos, considerando que, em algumas categorias, como o próprio ramo financeiro, as pessoas entram no mercado de trabalho um pouco mais tarde. Considerando até essa idade, o total da população entre 15 e 35 anos representa pouco mais de 51% do total demográfico do país.
Evanilson Leite dos Santos, de 33 anos, nascido, criado e organizado politicamente no município de Santa Terezinha, sertão do estado de Pernambuco, faz parte dessa juventude. Ele é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Terezinha, e integra o setor de juventude da CUT no estado.
“Eu considero um marco na minha trajetória pessoal poder fazer parte dos 40 anos da CUT a partir da experiência de militância da juventude. O jovem tem dificuldade de acesso ao emprego, à renda e ao estudo. O mundo está passando por transformações intensas. Eu considero fundamental que o jovem ocupe sua cadeira nos espaços de reivindicação, de construção de uma vida digna”, afirma o pernambucano.
Segundo a secretária de Juventude da CUT, Cristiana Gomes, que é do estado de Roraima e também representa os trabalhadores rurais organizados, o perfil do jovem Cutista é o de um jovem maduro, entre 25 e 35 anos, inseridO em boa medida no trabalho formal, e que o desafio para incluir esse jovem em espaços de decisão está justamente em compreender as necessidades ligadas às questões regionais e a fase da vida.
“Neste CONCUT vamos chegar a quase 10% de delegados. Isso é simbólico, de uma necessidade crescente de pensar o presente e o futuro do sindicalismo. Há uma quantidade grande de trabalhadores informais, sem representação. Essa juventude já vive isso”, explica Cristiana.
A secretária chama a atenção ainda para grande quantidade de trabalhadores ligados ao trabalho rural, como ela e Evanilson, e as diferentes questões que esses trabalhadores vivem nas diferentes regiões do país, como a estiagem a as queimadas na Amazônia, que impactam diretamente o trabalho e que devem ser discutidas no CONCUT.
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