Ato sindical leva para a população a real condição dos bancários do Bradesco

O Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR) promoveram nesta sexta-feira (15) a sua já tradicional sátira do Ato de Natal no Palácio Avenida, no Centro de Curitiba. Para as crianças que passavam pelo local, teve também um Papai Noel distribuindo doces.

Este ano, o tema proposto pelo movimento sindical foi por meio de uma peça teatral chamada “O desencanto de Natal de um Bradesco que vai mal” e também com uma apresentação de coral. Os dois espetáculos mostraram para as pessoas que passavam pela Rua XV de Novembro um pouco do sofrimento das bancárias e bancários que trabalham no banco, que enfrentam assédio moral, péssimas condições de trabalho, entre outros.

O dirigente da Fetec, Jorge Ferreira, afirma que não adianta o banco promover uma apresentação bonita de Natal para a população e tratar mal os seus trabalhadores e trabalhadoras. “É importante que as pessoas tenham ciência de que os bancários e bancárias do Bradesco sofrem muito com as metas, assédios e que o ambiente de trabalho ali é tóxico. Tem muito trabalhador e trabalhadora que está adoecendo e é em razão disso que o movimento sindical faz este protesto”, revela.

A dirigente do Sindicato de Curitiba, Karla Huning, explica um pouco como é esse ato. “Essa sátira já acontece há alguns anos, desde os tempos do HSBC. O Bradesco, a exemplo do que fazia o HSBC, mantém um número muito alto de demissões ao longo do ano. O desencanto de Natal vem exatamente para isso: relatar as condições de trabalho e o elevado número de desligamento de funcionários. Estaremos sempre atentos aos desmandos do banco”, garante.

A secretária de saúde da Fetec, Vanderleia de Paula, fala que muitos trabalhadores estão no limite. “O bancário e bancária do Bradesco está cansado. Acabou se instalando um clima de medo, pois ninguém quer perder o emprego. Deixamos claro que não somos contra as apresentações de Natal, mas queremos e devemos mostrar que a realidade do banco não é nem um pouco bonita”, conclui.

Texto por Flávio Augusto Laginski