Bancos fecham 2.925 postos de trabalho entre Janeiro e Maio de 2015

Campo Mourão/PR

Bancos fecham 2.925 postos de trabalho entre Janeiro e Maio de 2015

Nos primeiros cinco meses deste ano os bancos que operam no Brasil fecharam 2.925 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada pela Contraf-CUT. O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, e usa como base os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).


Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 1.047 empregos. 

Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, os bancos estão na contramão da responsabilidade social por continuarem tendo altos lucros e reduzindo empregos. \\\"A sociedade brasileira espera um outro tipo de contrapartida deles.\\\"


Clique aqui para acessar as tabelas e gráficos da pesquisa. 


Reduções por estados


No total, 20 estados registraram saldos negativos de emprego. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-705), São Paulo (-664) e Minas Gerais (-571). Já o Pará, foi o Estado com maior saldo positivo, com geração de 122 novos postos de trabalho, seguido pelo Mato Grosso (94) e Maranhão (77). 


Rotatividade e salário


De acordo com o levantamento da Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 13.878 funcionários e desligaram 16.803 nos primeiros cinco meses.


A pesquisa também revela que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.421,38 contra R$ 6054,33 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 56,5% menor que a remuneração dos dispensados.


\\\"Isto é um meio de reduzir despesas e aumentar os lucros: demitir empregados com salários altos e contratar no lugar um empregado que tem salário médio pela metade\\\", afirma o presidente da Contraf-CUT.


Desigualdade entre homens e mulheres


A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração. 


A média dos salários dos homens admitidos pelos bancos foi de R$ 3.747,32 entre janeiro e maio. Já a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.072, 48, valor 18 % inferior à remuneração de contratação dos homens. 


A desigualdade também permanece no desligamento. A média dos salários dos homens foi de R$ 6.790,42 no período, enquanto a remuneração das mulheres ficou em R$ 5.315,86, o que representou 78,3% da remuneração média dos homens desligados nos bancos.


Fonte: Contraf-CUT

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