Contraf participará da Marcha das Margaridas em Brasília
Campo Mourão/PR
São esperadas mais 100 mil mulheres para a 5ª edição da Marcha da Margaridas, que começa nesta terça (11) e vai até quarta-feira (12), em Brasília. Organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o principal objetivo é apresentar uma pauta de reivindicações que atenda às necessidades das mulheres que vivem e trabalham no campo. Mas a Marcha já tem o poder de ecoar mundialmente as bandeiras de luta de todas as trabalhadoras e trabalhadores brasileiros, independentemente da categoria, além de debater a conjuntura econômica e política do País.
Neste ano, o combate ao conservadorismo político atual, que pode levar ao retrocesso das conquistas históricas dos trabalhadores brasileiros, está em discussão. A marcha contará com a participação de 27 federações e 11 entidades parceiras. Vários dirigentes da Contraf-CUT estarão presentes na marcha, que já é considerada a maior manifestação de mulheres do mundo.
Para a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, a manifestação acontece em um período extremamente desafiador para a classe trabalhadora.
"Estamos nas ruas em defesa dos nossos direitos. Não aceitamos o retrocesso, como o projeto da terceirização, que pode prejudicar ainda mais a condição da mulher trabalhadora. No setor bancário, já ganhamos 20% a menos do que os homens e, com a terceirização, a situação pode ficar ainda mais precária", alerta Elaine Cutis.
Entre os pontos da pauta também estão o fim da violência contra a mulher e os 9 anos da Lei Maria da Penha. Fruto da mobilização popular, a legislação, reconhece a situação de fragilidade das vítimas da violência doméstica e o Estado toma pra si a responsabilidade de prevenir a violência, proteger as mulheres agredidas, ajudar na reconstrução da vida da mulher e punir os agressores.
Encontro com Dilma
Na quarta-feira (12), a presidenta Dilma Rousseff participará do ato, no estádio Mané Garrincha, onde apresentará o compromisso do governo federal com as reivindicações listadas na pauta do movimento.
Os diversos movimentos sociais que compõem a Marcha das Margaridas assinam a carta intitulada "Porque Marchamos", publicada no site da Contag. Um dos trechos ressalta a luta contra as desigualdades econômicas, sociais e políticas.
"Marchamos por liberdade e democracia com efetiva participação das mulheres, em defesa de seus direitos e por políticas públicas construídas com respeito às diversas identidades, que ajudem na desconstrução de padrões patriarcais e sexistas, valorizem tradições culturais, os saberes regionais e protejam a sociobiodiversidade e o patrimônio genético. Tais medidas devem romper com as desigualdades econômicas, sociais e políticas, vencendo a pobreza, que é maior entre as mulheres e agravada entre as mulheres rurais, negras e jovens", diz um trecho da carta.
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Fonte: Contraf - CUT
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