Comando Nacional se reúne com bancos nesta sexta e não aceitará retrocessos

Comando Nacional se reúne com bancos nesta sexta e não aceitará retrocessos
Contraf-CUT A Fenaban marcou para esta sexta-feira a apresentação da proposta às reivindicações da categoria 

As mobilizações dos bancários no Dia Nacional de Lutas, na quarta-feira (23), já deram o recado da unidade da categoria com paralisações das atividades de bancos públicos e privados, por todo o Brasil. A Fenaban marcou para esta sexta-feira (25), em São Paulo, a apresentação da sua proposta às reivindicações da categoria na Campanha Nacional Unificada 2015. O Comando Nacional Bancários já alertou que não aceitará retrocessos. 

A quinta rodada de negociação ficou marcada na última mesa sobre remuneração, no dia 16 de setembro, quando os bancos mantiveram a intransigência. A Fenaban respondeu que iria consultar as instituições financeiras para apresentar uma proposta global aos bancários. 

"Vamos aguardar a responsabilidade e coerência dos bancos, eles ganharam muito este ano e podem atender as nossas reivindicações. Não estamos falando de um setor em crise, mas de muita pujança. A responsabilidade está nas mãos dos banqueiros. Se os bancos assumirem uma posição de intransigência ou provocação, pode haver greve. Não repor a inflação é inimaginável. O setor pode atender tudo perfeitamente", afirma o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten. 

Somente no primeiro semestre deste ano, os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram R$36,3 bilhões. Um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas os negociadores dos bancos tentaram usar a retração econômica do País para justificar a falta de propostas na última mesa de negociação. 

"Já mostramos que estamos preparados para o que der e vier e, se houver desrespeito para com a nossa categoria, daremos uma resposta igualmente dura, debatida em assembleias, na quais quem decide democraticamente são os trabalhadores", ressalta Roberto von der Osten. 

A ladainha dos bancos nas rodadas
Primeira rodada
Na primeira rodada de negociação, realizada no dia 19 de agosto, os representantes dos bancos não assumiram compromisso com a manutenção dos empregos da categoria. Os bancários reivindicaram também o fim da rotatividade, o combate à terceirização, inclusive via correspondentes bancários, e a criação de um grupo de trabalho para discutir a automação, entre outros pontos da pauta.

Segunda rodada
A segunda rodada de negociação, aconteceu nos dias 2 e 3 de setembro, e tratou os temas saúde, condições de trabalho e segurança. Foram dois dias de debates intensos e os bancos trataram as reivindicações sem o empenho que merecem. A mesa sobre saúde teve continuidade no dia 15 de setembro, quando os bancos admitiram, pela primeira vez, o crescimento do adoecimento entre os trabalhadores, baseado nos números fornecidos por eles no Grupo de Trabalho (GT) bipartite de causas do adoecimento bancário.

Terceira rodada
O não continuou sendo a palavra usada pelos banqueiros na hora de negociar as reivindicações sobre igualdade de oportunidades, as quais visam corrigir discriminações históricas de gênero, raça e orientação sexual nos locais de trabalho. E a terceira rodada, realizada no dia 9 de setembro, também terminou sem avanços.

Quarta rodada
Mesmo com os lucros nas alturas, os bancos não apresentaram propostas sobre as reivindicações de remuneração entregues pelo Comando Nacional dos Bancários, incluindo o reajuste salarial de 16%, na última rodada, em 16 de setembro. Nos últimos 10 anos (2004 a 2014), a categoria bancária conquistou aumento real de 20,7%. 

Principais reivindicações da categoria:

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82 

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários. 

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs). 
Fonte: Contraf-CUT

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