Poder econômico se apossou do Estado e barrou avanços civilizatórios

Umuarama/PR

Poder econômico se apossou do Estado e barrou avanços civilizatórios
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Os escândalos são fruto da natureza viciada da relação do Estado com o mercado. É necessária uma reforma política que democratize o voto e coíba o poder do dinheiro sobre Legislativo, Executivo e Judiciário

São Paulo – Relator do projeto de "reforma" trabalhista nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o tucano Ricardo Ferraço (ES) anunciou no início da tarde de hoje (18) que o andamento dos trabalhos está suspenso. Em rede social, ele alegou o momento de crise no Brasil para interromper a tramitação do PLC 38, aprovado na Câmara como PL 6.787.

"Amigos, diante da gravidade do momento que vive o país, o bom senso determina que é necessário priorizar a solução da crise institucional, para depois darmos desdobramento ao debate relacionado à reforma trabalhista. Portanto, na condição de relator do projeto, anuncio que o calendário de discussões está suspenso. Não há como desconhecer um tema complexo como o trazido por essa crise", disse Ferraço.

A previsão era de que Ferraço entregaria seu relatório nas comissões na semana que vem, com as votações ocorrendo em 30 de maio (CAE) e 7 de junho (CAS). O projeto iria para plenário entre 12 e 15 do mês que vem. 

Com as denúncias envolvendo Michel Temer, senadores pediram a retirada do projeto. Alguns defenderam a renúncia do presidente e a convocação de eleições diretas.

Para Álvaro Dias (PV-PR), a renúncia seria uma solução menos traumática para a sociedade, em vez de novo processo de impeachment. Outra alternativa seria o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer. Ele afirmou que o país vive uma "tragédia moral".

Fátima Bezerra (PT-RN) defendeu a suspensão de toda a pauta legislativa do Congresso Nacional e a retirada das propostas de reforma trabalhista e da Previdência, esta em tramitação na Câmara. A senadora se disse favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 227, do deputado federal Miro Teixeira (Rede-RJ), que estabelece eleições diretas para presidente da República em caso de vacância do cargo.

"Não estamos falando de algo que se ouviu dizer. Essa delação está vindo com provas. O (Rodrigo) Janot (procurador-geral da República) está pedindo a quebra do sigilo da delação e o áudio deverá vir a público. Não existe a menor possibilidade de esse governo continuar", declarou Fátima.

Paulo Paim (PT-RS) também considera a renúncia a melhor alternativa, defendendo eleições gerais para resolver a crise política. Ele elogiou a decisão de Ferraço. "Pela unidade que percebo aqui, que não tem situação nem oposição agora, tem senador convicto de que nós vamos achar a saída. E a saída será naturalmente pelo processo que permita ao povo escolher o melhor programa, seja desse ou daquele partido."

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