Contraf-CUT critica choradeira dos bancos privados para reduzir spread
A Contraf-CUT criticou a \"choradeira\" dos bancos privados para baixar o elevado spread bancário (diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro de investidores e o que cobra de juros dos tomadores de empréstimos) no Brasil.
Nesta terça-feira (10), representantes de bancos privados se reuniram com o Ministério da Fazenda, em Brasília, e apresentaram 20 propostas que envolvem desde a diminuição de impostos até a redução do depósito compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central).
\"Em vez de barganhar vantagens, os banqueiros deviam seguir o caminho aberto pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, que já anunciaram quedas nas taxas de juros, como forma de contribuir também para a diminuição do spread, a melhoria do crédito e o estímulo à produção e ao consumo para gerar mais empregos, distribuir renda e alavancar o desenvolvimento econômico e social do País\", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Propostas indecentes
Os bancos pediram a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) cobrados dos bancos. \"O Brasil é um dos países que mais tributa a intermediação financeira\", reclamou o presidente da Febraban, Murilo Portugal. Ele também pediu a redução do depósito compulsório.
Outra proposta dos banqueiros é a extensão, para outros tipos de operações de crédito, de benefícios que existem para os financiamentos imobiliários. Também foi sugerido que os clientes com planos de previdência complementar possam usar parte das reservas no fundo de pensão como garantias de empréstimos.
De acordo com o presidente da Febraban, a maior parte do spread bancário não é composta pelo lucro das instituições financeiras. Ele apresentou o levantamento mais recente do Banco Central sobre o spread bancário. Segundo esses dados, no fim de 2010, 29% do spread estava associado aos custos da inadimplência, 26% correspondiam à tributação e ao compulsório, 13% representavam custos administrativos e os 32% restantes eram o lucro líquido dos bancos.
Para Murilo Portugal, a lucratividade dos bancos brasileiros está dentro dos padrões internacionais. \"A maior parte do spread bancário no Brasil representa custos e temos como objetivo reduzir esse custo.
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