Trabalhadores defendem a soberania em ato no Rio

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Trabalhadores defendem a soberania em ato no Rio

Sindicatos e movimentos sociais denunciam a política de entreguismo do governo Temer

Trabalhadores de diversas categorias e militantes de movimentos sociais realizaram nesta terça-feira (3), no Rio de Janeiro, um ato em defesa da soberania nacional. A concentração começou em frente à sede da Eletrobrás, por volta das 11h, e se deslocou durante a tarde pela região central da cidade, com paradas em frente a sedes de empresas públicas, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobras, cujo decreto de criação, editado por Getúlio Vargas, completou 64 anos nesta terça-feira.

A direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) participou da mobilização. “Estamos aqui reunidos para dizer que não concordamos com a entrega do patrimônio público para empresas privadas e defendemos a soberania e a independência do povo brasileiro. Queremos dar um basta no desmonte das empresas públicas. Para isso, é preciso que se restaure a democracia com a saída de Temer e a realização de eleições diretas já”, disse Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.

Para Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o governo Temer pretende que o país recue à condição de exportador de produtos primário e dependência do mercado externo. "Estamos aqui para defender a soberania nacional, defender nossas empresas e impedir que esses golpistas e entreguistas vendam nossas terras, nossas riquezas, nossa água, a nossa Amazônia", disse.

O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT), José Maria Rangel, ressaltou que a Petrobras está "sendo jogada às traças, os estaleiros estão parados", e destacou que a política de conteúdo local, que previa o fortalecimento dos setores industriais ligados ao petróleo, vem sendo abandonada pelo governo Temer.

Rangel afirmou que foi a presença do Estado, com a participação dos bancos públicos e empresas estatais, que garantiu a superação da crise internacional que eclodiu em 2007. "Naquele momento, o povo sentiu muito menos os impactos da crise. É o que a gente não vê hoje. O estado, em vez de investir, está tirando e vendendo nosso patrimônio".

Defesa da Caixa

Antes do ato em defesa da soberania, a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), com o apoio da Contraf-CUT e das Associações de Pessoal da Caixa (Apcefs) lançou a campanha "Defenda a Caixa Você Também", em frente ao prédio Almirante Barroso, que abriga a maior agência bancária da América Latina.

A campanha da Fenae mostra a importância da Caixa para a vida dos trabalhadores e brasileiros em geral, destacando a atual dos bancos em áreas como habitação, saneamento, infraestrutura, educação, esporte, cultura, agricultura, gestão do FGTS.

“Praticamente 50% do sistema financeiro é dominado pelos bancos públicos. É por isso que eles estão desmontando os bancos públicos para justificar uma posterior privatização. Os bancos privados apoiam esse governo porque querem abocanhar essa grande fatia do mercado. Já tentaram isso nos anos 90 e foram vencidos pela nossa resistência. Mais uma vez, vamos resistir e vamos derrotá-los”, disse Sergio Takemoto secretário de Finanças da Contraf-CUT.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, ressaltou que a Caixa é o banco que mais investe em projetos de construção de moradias populares, concede incentivo ao esporte, dá apoio à cultura, financia a educação e as micro e pequenas empresas, faz a gestão do FGTS, atuando como uma empresa pública fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. “Tudo isso está em risco com as medidas tomadas pelo governo, que quer abrir o capital do banco. Com a campanha ‘Defensa a Caixa você também’, vamos envolver toda a sociedade na defesa do banco e de sua atuação”, disse.

 

 

Fonte: Contraf-CUT

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