Caixa: Contraf-CUT cobra compromissos e defesa do banco em mesa permanente
PACTU
Na primeira negociação da mesa permanente após a reunião com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), buscou garantir oficialmente os assuntos abordados com o executivo.
Por isso, a contratação de empregados, a retirada da participação da Caixa no Conselho Curador do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) e o ataque da direção contra a imagem do banco público dominaram a pauta desta sexta-feira (12), em Brasília (DF).
A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) cobrou que a Caixa cumpra o compromisso, assumido pelo presidente do banco, de fazer novas contratações até atingir o teto estabelecido pelo SEST de 87 mil empregados. A posição dos representantes da Caixa foi de que não há nenhuma posição oficial sobre contratações e que o assunto ainda está em estudo, mas que havendo algo será trazido para ser acordado em mesa.
Para Dionísio Reis, coordenador da CEE, as medidas adotadas pela atual gestão contradizem com as declarações do presidente Pedro Guimarães de que defende o banco. “O presidente do banco assumiu o compromisso em reunião com a entidade representativa dos trabalhadores de fazer novas contratações, mas a informação que nos foi dada na mesa é de que estão sendo feitos estudos, mas não tem nada de concreto. Enquanto isso, nas unidades, a rotina é de sobrecarga de trabalho ”
Os empregados também protestaram contra a redução da participação dos trabalhadores no Conselho Curador do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) e a retirada da representação do banco nesta instância. Com uma faixa em defesa do fundo, os representantes dos empregados destacaram a falta de posicionamento da direção da Caixa sobre a medida. Na reunião, os representantes dos empregados voltaram a cobrar melhorias nas condições de trabalho dos tesoureiros, respeito a jornada de trabalho nas agências digitais e melhorias no Saúde Caixa.
A Caixa alegou que foi cumprida uma determinação do Ministério da Economia. “ O FGTS é o principal fundo de investimento do país, são mais de 500 bilhões e a Caixa que centralizou as contas a partir dos anos 1990, tornando-se agente operadora, não pode ser condizente com este desmando do governo, ameaçando um patrimônio que é o povo brasileiro”, avaliou o dirigente.
A Comissão também protestou contra exposição da imagem da empresa. Segundo os representantes dos trabalhadores, antes mesmo dos números do balanço terem sido divulgados oficialmente, a imprensa já divulgava informações, cogitando inclusive provisionamento que implicaria na redução do lucro do banco. “Isso foi uma manobra midiática, que fragiliza o banco. Cobramos mais uma vez transparência na gestão”, disse o coordenador da CEE. Os representantes lembram ainda a redução nos investimentos em marketing, que fortaleceram muito a imagem da empresa nos últimos anos. “Em 2018, a Caixa foi o banco brasileiro com o menor investimento em publicidade. “ Apesar disso o presidente alegou que estava gastando muito e cortou o investimento para 2019 desvalorizando a imagem do banco”
Intervalo 30 minutos
A Caixa anunciou que foi adiada do dia 15 para 22 de abril a implantação do intervalo de 30 minutos para os empregados com jornada de seis horas. A ampliação do descanso, que antes era de 15 minutos, foi uma conquista do Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2020, com objetivo garantir a saúde dos trabalhadores. A CEE levou para mesa a reivindicação dos empregados de que o cumprimento do intervalo seja opcional.
Ficou definido que o tema voltará a ser debatido na próxima reunião, par avaliar o impacto da aplicação do intervalo e eventuais demandas dos trabalhadores.
Agências digitais
A principal reivindicação da CEE foi o respeito a jornada de trabalho dos gerentes gerais dessas unidades, que segundo denúncias encaminhadas aos sindicatos, chegam a trabalhar até 12 horas. A comissão cobrou o registro de ponto desses trabalhadores.
Em resposta a questionamentos sobre as condições de trabalho nas agências digitais, a Caixa informou que estão sendo cumpridas as normas previstas na NR 17.
SAÚDE CAIXA
Os representantes do banco se comprometeram a apresentar na próxima reunião do GT Saúde Caixa, que deve ocorrer em maio, os demonstrativos financeiros mais detalhados do plano de saúde. “É compromisso da Caixa que os comitês funcionarão por Gipes e Repes e servirão para ajudar os empregados nas demandas de atendimento não resolvidas. O compromisso é de que até o final da próxima semana o banco encaminhará a relação dos comitês de credenciamento e descredenciamento que estão instalados. Nossa reivindicação é que esses comitês sejam fortalecidos e nas regiões que não tiver que a Caixa providencie sua imediata instalação. Queremos taposentados”, explicou Dionísio Reis.
As condições de trabalho dos tesoureiros também foram ser debatidas na mesa de negociação permanente. Representantes dos empregados relataram vários problemas, entre eles a redução absurda do encaixa das unidades, meta de redução de carro forte, o desvio de função e penalização dos trabalhadores que descumprem normas relativas às suas atribuições por seguirem ordem da chefia. A Caixa se comprometeu a encaminhar aos gestores comunicado orientando que o normativo seja devidamente cumprido.
A comissão orienta os sindicatos a realizarem reuniões com os tesoureiros para debater propostas de melhorias das condições de trabalho, a serem encaminhadas à mesa de negociação.
A CEE/Caixa também protestou contra o descomissionamento dos gerentes de Atendimento e Negócios PJ. Por conta do processo de verticalização, estes empregados que eram gerentes de Pessoa Jurídica, foram prejudicados. “Estão fazendo as mesmas atividades e ganhando menos”, denunciou o coordenador da comissão. “Agora, o requinte de crueldade do banco é abrir PSI para as funções que foram retiradas naquela restruturação” complementou.
Cobrada sobre o fim da dotação de orçamentária de horas extras e do impedimento de empregados de agências ditas não doadoras participarem dos Processos Seletivos Internos (PSIs), a Caixa informou que as duas medidas serão mantidas.
“Os empregados devem se manter mobilizados em defesa da Caixa 100% publicar e por melhores condições de trabalho e prontos para fazer um Conecef de muita luta”, finalizou Dionísio, ao se referir ao 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), que será realizado em 15 e 16 de junho em SP
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