Mais que uma celebração, 23ª Parada do Orgulho LGBT protesta contra governo homofóbico
PACTU
Uma multidão tomou às ruas da Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (23), para celebrar a 23ª Parada do Orgulho LGBT. Cerca de três milhões de pessoas participaram do evento que também foi marcado pelo posicionamento político contra as declarações homofóbicas do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
O público acompanhou o desfile dos trios elétricos e as diversas apresentações musicais com cartazes e faixas que pediam: “Liberdade às gays e ao Lula”, “Amor acima de tudo e Deus ao lado de todxs”, dentre outros pedidos que deixaram explícita a rejeição dos brasileiros ao governo Bolsonaro que, desde sempre se manifestou contra a comunidade LGBT. “O governo já declarou inúmeras vezes sua indiferença com os gays e sua posição contra o relacionamento homoafetivo. Essa grande festa reforça a nossa luta por igualdade de oportunidades e por mais respeito”, afirmou Adilson Barros, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
O tema da Parada neste ano lembrou os 50 anos da Revolta de Stone Wall e refletiu a importância da resistência contra os ataques homofóbicos e à violência.
“A revolta de Stone Wall é um marco importante na luta dos direitos LGBTs no mundo todo. Ela nos mostra que, independente do governo ou qualquer ameaça que enfrentamos diariamente na rua, dentro de casa ou em qualquer lugar, precisamos ser fortes, resistir e sermos nós mesmos, vivendo e lutando por nosso amor que não difere em nada do amor de outras pessoas. Lembrar de Stone Wall é lembrar de nossas conquistas e do nosso orgulho de ser LGBT+”, afirmou a presidente da ONG organizadora do evento, APOGLBT SP, Claudia Regina.
Uma das conquistas celebrada pela comunidade LGBT é a criminalização da homofobia no Brasil. Aprovada no Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 13 de junho de 2019, a lei determina que toda e qualquer discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada um crime. Para Adilson Barros, essa decisão foi um passo importante para o combate à violência no país. “Infelizmente, no Brasil, um homossexual é assassinado por dia, vítima de ataques homofóbicos. Essa lei é um avanço no combate a esse tipo de violência e uma conquista para a comunidade LGBT”, finalizou.
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