BB afirma disposição em negociar, mas não discute jornada de 6 horas
A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram nesta terça-feira (10) o processo de negociação permanente com o Banco do Brasil, em Brasília. Um dos temas em debate foi a jornada de 6 horas para todos os funcionários.
Nova negociadora
O diretor de relações com funcionários e entidades patrocinadas do BB, Carlos Eduardo Leal Neri, apresentou a nova negociadora do banco, Aurea Faria Martins, que manifestou o desejo de começar as discussões da pauta específica, aprovada no 23º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, assim que as entidades sindicais fizerem as entregas das minutas à Fenaban e ao BB.
Jornada de 6 horas
A posição do BB gerou indignação por parte dos representantes dos trabalhadores. O banco afirmou que não vai negociar a implantação da jornada correta de 6 horas para todos os comissionados sem redução de salários.
A expectativa das entidades sindicais era a mesma de todo o funcionalismo que chegou a ouvir do próprio diretor do BB, Carlos Neri, em 2011, que o banco resolveria o problema da jornada.
Após uma mesa temática sobre jornada - com o objetivo de coleta de dados e informações entre as partes para posterior mesa de negociação -, ocorrida após a campanha de 2011, os trabalhadores esperavam que o banco cumprisse o compromisso público de resolver o problema e a afirmação hoje de que a empresa não vai discutir o tema com a representação sindical é um total desrespeito ao processo negocial.
O banco disse que a jornada de 6 horas é tema de Plano de Comissões e que isto é estratégico e não discute em mesa de negociação. Além disso, o BB ressaltou que não discute questões ligadas ao plano de metas, arquitetura organizacional e de remuneração da empresa.
O banco observou que isso não quer dizer que não possa apresentar ao movimento sindical a decisão sobre o tema, caso decida algo sobre a jornada mais adiante.
"Além de todos os problemas de péssimas condições de trabalho e do assédio moral institucional para o cumprimento do programa "caótico" de metas Sinergia BB, o banco sinaliza uma coisa para os funcionários e depois não cumpre. Os bancários darão a resposta a esse comportamento na campanha nacional deste ano", afirma William Mendes, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e secretário de formação da Contraf-CUT.
Sinergia BB e assédio moral
A Contraf-CUT pediu ao banco que informasse como estão os números do fechamento do semestre nas várias agências do país. As entidades sindicais já sabem que a maior parte das dependências não conseguiu atingir a etapa ouro e os bancários estão sendo forçados pelos superintendentes do banco a fazerem diversas arbitrariedades para cumprir algo impossível e sem nenhuma regra clara.
O banco pediu que as entidades sindicais apontassem alguns dos problemas e assim foi feito: foco em metas individuais e carteiras, o programa muda a toda hora (três vezes neste semestre), a maior parte do país não cumpriu a etapa ouro (só cerca de 10%), não existem mais parâmetros para negociar qualquer eventual parcela adicional ao modelo básico de PLR da Fenaban na rede varejo. A Contraf-CUT já havia avisado isso ao banco em fevereiro deste ano.
Sobre assédio moral, os dirigentes sindicais relataram diversos casos como o descomissionamento de 23 gerentes de agência em MG, de maneira estranha. Também foi apontado o recente caso de assédio no Ceará, onde gerentes foram obrigados a assinarem "termos de compromisso" para cumprirem metas e que, se não cumprissem, seriam descomissionados por insubordinação.
Após mais alguns exemplos, o banco informou que não compartilha com essas ocorrências. Mas o fato é que o Sinergia BB é um programa que inevitavelmente leva a situação de assédio moral, causando fraudes e irregularidades.
PSO - implantação em nível nacional
Os sindicatos já fizeram plenárias por todo o país e constataram tudo aquilo que haviam apontado que ocorreria com as plataformas de suporte operacional. Os trabalhadores reafirmaram no 23º Congresso que são contrários a essa forma de gestão.
A Contraf-CUT apontou vários problemas e propostas para o setor. As dotações das PSO devem ser revistas e aumentadas. Os caixas devem ser efetivos, ter comissões e receber pontuação na carreira de mérito.
Não pode haver nenhuma dependência com apenas um caixa. Os gerentes de serviço não podem executar serviço de caixa.
Fonte: Contraf-CUT
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