Jovens da Caixa debatem inovação tecnológica e força do coletivo
PACTU
m encontro realizado pelos jovens empregados da Caixa de até 35 anos de idade, no último dia 20, em Brasília, o #prontofalei, promovido pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), em parceira com as Apcefs, destacou a reflexão dos impactos da inovação tecnológica na vida da sociedade e os desafios da experiência coletiva.
Segundo o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, o evento foi um importante mecanismo de troca de experiências com o público mais jovem. “O #prontofalei é esse grande projeto pensado para os jovens trabalhadores e trabalhadoras da Caixa”, disse. Para ele foi um espaço para falar sobre tecnologia, futuro, comunicação, inovação e para saber o que pensam os jovens empregados Caixa que compõem o quadro de quase 85 mil profissionais do banco público.
Com o objetivo de instigar os participantes a pensarem sobre o futuro e conhecer melhor o jovem que faz o banco 100% público acontecer, o encontro começou com uma rodada de entrevistas cheias de provocações feitas pelos convidados sobre internet das coisas, o impacto de transformações no futuro, comunicação digital, comportamento social e inteligência artificial, o apresentador de televisão e jornalista Serginho Groisman abriu o evento. “Estamos vivendo um momento de muitas inovações tecnológicas e transformações. E é sobre isso que vamos falar hoje aqui”, disse Serginho. O evento foi transmitido, ao vivo, pelo youtube.
Bem ao estilo do programa “Altas Horas”, Groisman chamou os especialistas convidados e intermediou as perguntas feitas, ao vivo, pelo público aos entrevistados. Segundo a diretora de Juventude da Fenae, Rachel Weber, esse evento não é apenas uma demonstração de que a Fenae quer abrir espaço para o jovem da Caixa, até porque esse espaço já é nosso, “mas é uma demonstração que queremos interagir mais”, disse.
A inovação nas relações interpessoais e trabalho foi o assunto do primeiro bloco, onde foram entrevistados: a publicitária formada em tecnologia e empreendedorismo, Daniela Klaiman, o sociólogo brasileiro, Sérgio Amadeu da Silveira, e a secretária de Juventude Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), Fernanda Oliveira.
O questionamento apresentado por, Fernanda Oliveira, da Contraf-CUT, aos empregados da Caixa foi sobre o impacto das startups financeiras e novas tecnologias no trabalho dos bancários, além da importância da manutenção do papel da Caixa como banco público. “Como vai ser o nosso futuro? Vocês acham que essas empresas vão acabar com o nosso emprego?”, questionou.
O sociólogo Sérgio Amadeu disse acreditar que as políticas dos bancos públicos estão bem evoluídas no mundo. “Treinamos e usamos muitas tecnologias. A preocupação que a Caixa tem com os dados é impressionante. Temos preocupação com o que farão com esses dados. Nós trabalhamos com tecnologia de ponta. O problema é que não chega na ponta”, opinou Murilo Timo, 34 anos, Brasília.
O vice-presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, a designer com mestrado em comunicação e semiótica e com mais de 12 anos de experiência de mercado Carla de Bona e a instrutora oficial LinkedIn Learning e Top Voice, Flávia Gamonar desenvolveram a temática “Mundo digital e comportamento social: da comunicação a educação digital”.
Carla de Bona, falou sobre os novos empregos que surgem, a cada dia, e o despreparo da educação para lidar com as novas tecnologias e transformações.
Segundo Sérgio Takemoto, a Caixa também sofre ataques nas redes e que a comunicação é algo que precisa estar alinhada para não gerar ruídos. “Na Caixa estamos sendo muito atacados. O presidente diz que vai fortalecer a empresa e ao mesmo tempo diz que vai vender parte da Caixa. Temos que ser responsáveis por fazer a nossa narrativa e temos que mostrar isso para a sociedade”, apontou.
Com a temática “O futuro e o trabalho”, os especialistas falaram sobre tendências, mudanças que estão acontecendo e como elas afetam o mundo do trabalho, do trabalhador e suas conquistas ao longo da história.
A força do coletivo
A força do coletivo foi o destaque dos debates finais do #prontofalei. As mudanças previstas para o mundo corporativo, como trabalho remoto, trouxeram importantes questionamentos na plateia formada por jovens trabalhadores da Caixa. Entre os palestrantes, a resposta foi unânime: as mudanças são inevitáveis, mas o trabalho coletivo pode reduzir os impactos.
Quem reforçou o pensamento foi o sociólogo e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Victor Pagani. Para ele é preciso resgatar os princípios da coletividade e da solidariedade e uma saída a curto prazo é a União das pessoas. “Não existe saída sem o coletivo, temos que resgatar tudo isso”. Victor afirmou ainda que Caixa cumpre o papel de ajudar o coletivo. “A Caixa tem esse papel, diferente do banco público, não apenas gerar lucro, mas ter um compromisso social com o país.”
O professor de história e representante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Gabriel Simeone, questionou ao público se a sociedade é capaz de trazer o sucesso individual para todos. Para Simeone, é preciso ter pessoas que lutem para que todos conquistem seus direitos. “O que transforma o coletivo é a esperança e aceitar o pensamento do outro. Entender que outras pessoas pensam diferente de você”, afirmou.
O público apoiou a defesa da Caixa e o apoio do coletivo. Tácio Pinheiro, 27 anos, de Maceió, questionou o que os empregados estão fazendo para apoiar a instituição. “Essa defesa é a partir do coletivo, de nós. As pessoas que mais reclamam são aquelas que nunca aparecem em um encontro, no sindicato ou nas Apcefs. Se ficarmos esperando as outras pessoas resolverem, tudo vai acontecer sem a gente saber. A mudança vem de nós”, reforçou o empregado. Além de ter servido como um evento de capacitação, no espaço totalmente interativo, o jovem empregado Caixa participou de dinâmicas, interações nas redes sociais, intervenções e bate-papos.
Deixar comentário