Matilde Ribeiro analisa os avanços das políticas afirmativas do Governo Lula

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Matilde Ribeiro analisa os avanços das políticas afirmativas do Governo Lula

A ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Matilde Ribeiro, participou na sexta-feira (29), em Belo Horizonte, do segundo dia de debates do V Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro. Matilde falou dos “avanços das políticas afirmativas do governo Lula e os retrocessos do atual governo”.

Segundo a ex-ministra, a construção das políticas de igualdade racial significa provocar e retomar uma discussão histórica sobre a escravidão no país. “Precisamos reconhecer que houve escravidão no Brasil e que ela deixou marcas profundas até os dias de hoje. No dia 14 de maio de 1888 os negros deixaram de ser escravos, mas não se tornaram cidadãos e assim não o são até hoje”.

Ela explicou que o conjunto das ações realizadas durante os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deram continuidade a um processo que envolveu o Estado brasileiro e o movimento negro. “A construção das políticas de igualdade racial foram se dando gradativamente. O grande diferencial do Governo Lula foi a criação de um órgão específico como a da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Através dela orquestramos o diálogo com os demais ministérios e com a sociedade”.

Entre os marcos das ações afirmativas lideradas pela ex-ministra estão o desenvolvimento da política para quilombos (Programa Brasil Quilombola) e as cotas nas universidades públicas, entre outros. “Trabalhamos efetivamente o potencial da transversalidade nas políticas públicas. Muitas realizações aconteceram, mas não o suficiente para quebrar o racismo no Brasil. Essa é uma tarefa hercúlea que não sabemos quando vai acabar. Enquanto houver desemprego, desrespeito ao direito de ir e vir e o assassinato de jovens, mulheres e quilombolas não podemos ter paz”.

Ela analisou ainda a estratégia de desmonte do atual governo e retrocesso da negação da própria existência do racismo. “Sem o reconhecimento do racismo não tem como ter política. Para quê ter política para algo que não existe? Estamos sofrendo sérios riscos. Não apenas no campo das políticas de igualdade racial, mas também no campo da política pública em geral como a saúde e a educação. Os direitos estão se dirimindo”. “Precisamos nos potencializar para não apenas contestar o governo, mas negociar a retomada de políticas que nos são caras”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

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