Guia do Idec revela péssima atuação socioambiental dos bancos
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em parceria com a Contraf-CUT e a organização não governamental Amigos da Terra- Amazônia Brasileira, e apoio da Oxfam Novib, lançou nesta quarta-feira 31 em São Paulo o Guia dos Bancos Responsáveis (GBR), pesquisa que avalia a responsabilidade socioambiental das principais instituições financeiras que atuam no Brasil.
O resultado final foi ruim para os bancos na maior parte dos critérios analisados, evidenciando a necessidade de as empresas do setor financeiro melhorarem bastante suas relações com os clientes, com os bancários e com a definição de novos parâmetros para a concessão de crédito a grandes projetos que tenham impactos ambientais e relevância social.
"O Guia dos Bancos Responsáveis é um trabalho de grande fôlego conduzido pelo Idec, resultando na construção de uma inédita ferramenta de avaliação das instituições financeiras, que tenho certeza muito contribuirá para civilizar a atuação dos bancos na relação com os trabalhadores, com os clientes e com a sociedade. E por isso as entidades sindicais devem ajudar a divulgar essa ferramenta", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, que participou do evento de lançamento do GBR, realizado no Hotel Comfort Downtown, em São Paulo.
O guia pode ser acessado em www.gbr.org.br / www.guiadosbancosresponsaveis.org.br.
Imagem negativa
O ranking entre os bancos foi baseado na avaliação de um questionário respondido pelos seis maiores bancos brasileiros (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander), sobre suas políticas referentes aos consumidores, aos trabalhadores bancários e os critérios socioambientais para financiamentos.
Os três temas avaliados resultaram em classificação "Ruim", totalizando 48% dos casos. Em seguida, obteve-se o resultado "Muito Ruim", alcançado em 24% dos casos. A classificação "Regular" ocupa 15% dos casos, enquanto o resultado "Bom" ocorre em apenas 11% dos casos. O resultado "Muito Bom" ocorreu para apenas 1% dos temas analisados.
A avaliação dos questionários foi feita primeiro por blocos, sendo atribuídos pontos de acordo com o desempenho em cada critério avaliado: muito ruim (1 ponto); ruim (2); regular (3); bom (4); e muito ruim (5). A nota final, que determina a posição dos bancos no ranking, considera a soma dos pontos dos três blocos.
Na comparação entre os bancos, o resultado final foi: BB = 11; Itaú = 8; Caixa = 7; Santander = 7; Bradesco = 7; HSBC = 7.
Além disso, o GBR apresenta os dados de pesquisas complementares sobre o comportamento dos bancos na prática, que constituem contrapontos às políticas declaradas pelos bancos. Os resultados dessas pesquisas paralelas, porém, não compõem a nota final; eles são apresentados de forma separada, uma vez que têm metodologias especificas, diferentes das do questionário.
A Contraf-CUT coordenou as respostas dos bancários para os questionários referentes ao eixo que trata dos trabalhadores.
Diante dos insatisfatórios resultados, a coordenadora da pesquisa, Mariana Ferraz, afirma que é necessária uma exposição das demandas da sociedade civil de forma a balizar mudanças e avanços das políticas bancárias de responsabilidade social empresarial.
"Um cartel que não sabe conviver com a transparência"
"Os bancos não estão acostumados a esse ambiente de transparência porque eles não fazem nenhum esforço em se abrir para a sociedade", criticou Carlos Cordeiro em sua exposição durante o lançamento do GBR. "A começar que eles formam um cartel, em que os seis maiores bancos representam mais de 90% dos ativos, das agências, dos bancários e das operações de crédito. E o Banco Central, que deveria fiscalizar o sistema, funciona hoje como um sindicato dos bancos".
Embora as instituições financeiras sejam concessões públicas, acrescentou Cordeiro, "hoje elas expulsam os clientes de baixa renda das agências e os remete para os correspondentes bancários", oferecem pouco crédito à economia (cerca de 50% do PIB), cobram as maiores taxas de juros e spreads do mundo, somente o Itaú fechou 13 mil postos de trabalho nos últimos 18 meses, provocam o adoecimento de milhares de bancários por causa das metas abusivas e do assédio moral, negam segurança para as agências (o que provocou 49 mortes em assaltos no passado e 27 no primeiro semestre de 2012) e "impõem uma rotatividade perversa que reduz empregos e salários" dos trabalhadores.
Para o secretário de Organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira, que também participou do lançamento do Idec, "a ferramenta do GBR começa a jogar luz num dos setores mais importantes da economia nacional, que trabalha com os recursos de toda a sociedade e que tradicionalmente fornece pouca informação, inclusive seus clientes.
Fonte: Contraf/CUT e IDEC
O resultado final foi ruim para os bancos na maior parte dos critérios analisados, evidenciando a necessidade de as empresas do setor financeiro melhorarem bastante suas relações com os clientes, com os bancários e com a definição de novos parâmetros para a concessão de crédito a grandes projetos que tenham impactos ambientais e relevância social.
"O Guia dos Bancos Responsáveis é um trabalho de grande fôlego conduzido pelo Idec, resultando na construção de uma inédita ferramenta de avaliação das instituições financeiras, que tenho certeza muito contribuirá para civilizar a atuação dos bancos na relação com os trabalhadores, com os clientes e com a sociedade. E por isso as entidades sindicais devem ajudar a divulgar essa ferramenta", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, que participou do evento de lançamento do GBR, realizado no Hotel Comfort Downtown, em São Paulo.
O guia pode ser acessado em www.gbr.org.br / www.guiadosbancosresponsaveis.org.br.
Imagem negativa
O ranking entre os bancos foi baseado na avaliação de um questionário respondido pelos seis maiores bancos brasileiros (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander), sobre suas políticas referentes aos consumidores, aos trabalhadores bancários e os critérios socioambientais para financiamentos.
Os três temas avaliados resultaram em classificação "Ruim", totalizando 48% dos casos. Em seguida, obteve-se o resultado "Muito Ruim", alcançado em 24% dos casos. A classificação "Regular" ocupa 15% dos casos, enquanto o resultado "Bom" ocorre em apenas 11% dos casos. O resultado "Muito Bom" ocorreu para apenas 1% dos temas analisados.
A avaliação dos questionários foi feita primeiro por blocos, sendo atribuídos pontos de acordo com o desempenho em cada critério avaliado: muito ruim (1 ponto); ruim (2); regular (3); bom (4); e muito ruim (5). A nota final, que determina a posição dos bancos no ranking, considera a soma dos pontos dos três blocos.
Na comparação entre os bancos, o resultado final foi: BB = 11; Itaú = 8; Caixa = 7; Santander = 7; Bradesco = 7; HSBC = 7.
Além disso, o GBR apresenta os dados de pesquisas complementares sobre o comportamento dos bancos na prática, que constituem contrapontos às políticas declaradas pelos bancos. Os resultados dessas pesquisas paralelas, porém, não compõem a nota final; eles são apresentados de forma separada, uma vez que têm metodologias especificas, diferentes das do questionário.
A Contraf-CUT coordenou as respostas dos bancários para os questionários referentes ao eixo que trata dos trabalhadores.
Diante dos insatisfatórios resultados, a coordenadora da pesquisa, Mariana Ferraz, afirma que é necessária uma exposição das demandas da sociedade civil de forma a balizar mudanças e avanços das políticas bancárias de responsabilidade social empresarial.
"Um cartel que não sabe conviver com a transparência"
"Os bancos não estão acostumados a esse ambiente de transparência porque eles não fazem nenhum esforço em se abrir para a sociedade", criticou Carlos Cordeiro em sua exposição durante o lançamento do GBR. "A começar que eles formam um cartel, em que os seis maiores bancos representam mais de 90% dos ativos, das agências, dos bancários e das operações de crédito. E o Banco Central, que deveria fiscalizar o sistema, funciona hoje como um sindicato dos bancos".
Embora as instituições financeiras sejam concessões públicas, acrescentou Cordeiro, "hoje elas expulsam os clientes de baixa renda das agências e os remete para os correspondentes bancários", oferecem pouco crédito à economia (cerca de 50% do PIB), cobram as maiores taxas de juros e spreads do mundo, somente o Itaú fechou 13 mil postos de trabalho nos últimos 18 meses, provocam o adoecimento de milhares de bancários por causa das metas abusivas e do assédio moral, negam segurança para as agências (o que provocou 49 mortes em assaltos no passado e 27 no primeiro semestre de 2012) e "impõem uma rotatividade perversa que reduz empregos e salários" dos trabalhadores.
Para o secretário de Organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira, que também participou do lançamento do Idec, "a ferramenta do GBR começa a jogar luz num dos setores mais importantes da economia nacional, que trabalha com os recursos de toda a sociedade e que tradicionalmente fornece pouca informação, inclusive seus clientes.
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