Oficina da Contraf e Dieese abre processo de discussão sobre rotatividade
A Contraf-CUT e o Dieese realizaram nesta terça-feira 30 em São Paulo, com o apoio da Fundação Friedrich Ebert (FES), a oficina "Rotatividade nos bancos: dados setoriais e diretrizes para a ação sindical", que pretende ser o primeiro passo de um processo visando aprofundar e sistematizar a discussão do tema, que tem sido uma das grandes bandeiras da categoria bancária nas últimas campanhas nacionais.
Participaram da oficina, realizada na sede do Dieese, dirigentes sindicais de todo o país. Umas das propostas surgidas durante as discussões foi a criação de um Coletivo Nacional de Emprego para organizar o debate, coordenar a elaboração de estudos e encaminhar a ação sindical em torno do tema.
"A rotatividade é hoje uma questão fundamental porque provoca profundos impactos na categoria. Hoje ela faz parte da estratégia de negócio dos bancos, uma vez que é um mecanismo perverso usado pelos bancos para reduzir postos de trabalho e os salários dos bancários", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, na abertura da oficina.
Os resultados da 14ª Pesquisa de Emprego Bancário, feita com base nos dados do Caged e divulgada em agosto pela Contraf-CUT e Dieese, revelaram que no primeiro semestre deste ano os bancos contrataram 23.336 empregados e desligaram 20.986, gerando apenas 2.350 novos postos de trabalho, o que representa um recuo de 80,40% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram criadas 11.978 vagas.
A remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.708,70 e a dos desligados de R$ 4.193,22, o que significa uma diferença de 35,40%. Já na economia brasileira, como um todo, a diferença entre a média salarial dos contratados foi 7% inferior a dos demitidos.
"Essa violência contra o bancário precisa acabar"
Carlos Cordeiro lembrou na oficina que a rotatividade é um fenômeno que só existe no sistema financeiro brasileiro, que foi incorporado até pelos bancos estrangeiros que atuam aqui, embora eles não tenham essa prática nem em seus países de origem nem nos demais países vizinhos da América Latina. "O HSBC, por exemplo, tem o mesmo número de funcionários, cerca de seis mil, tanto em Curitiba, sua sede no Brasil, como na Argentina. Mas em 2010, por intermédio da rotatividade o banco inglês demitiu dez funcionários na Argentina e 800 aqui no Brasil. Essa violência contra os trabalhadores brasileiros precisa acabar", destacou o presidente da Contraf-CUT.
Na oficina, o sociólogo Antonio Ibarra, do Núcleo de Produção de Informações do Dieese, fez uma ampla apresentação sobre a rotatividade no sistema financeiro a partir dos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego.
Após a apresentação, os dirigentes sindicais participaram de um trabalho em grupos para discutir os dados e sugerir ações sindicais para combater a rotatividade nos bancos.
"No debate surgiram várias ideias, entre elas a da criação do Coletivo Nacional de Emprego. A Contraf-CUT agora vai produzir material sobre o tema para discutir com nossas entidades, além de buscar negociação com os bancos e levar esse debate ao governo federal, ao Congresso Nacional e às centrais sindicais, de maneira a formarmos uma grande frente de combate à rotatividade", disse Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf/CUT
Participaram da oficina, realizada na sede do Dieese, dirigentes sindicais de todo o país. Umas das propostas surgidas durante as discussões foi a criação de um Coletivo Nacional de Emprego para organizar o debate, coordenar a elaboração de estudos e encaminhar a ação sindical em torno do tema.
"A rotatividade é hoje uma questão fundamental porque provoca profundos impactos na categoria. Hoje ela faz parte da estratégia de negócio dos bancos, uma vez que é um mecanismo perverso usado pelos bancos para reduzir postos de trabalho e os salários dos bancários", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, na abertura da oficina.
Os resultados da 14ª Pesquisa de Emprego Bancário, feita com base nos dados do Caged e divulgada em agosto pela Contraf-CUT e Dieese, revelaram que no primeiro semestre deste ano os bancos contrataram 23.336 empregados e desligaram 20.986, gerando apenas 2.350 novos postos de trabalho, o que representa um recuo de 80,40% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram criadas 11.978 vagas.
A remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.708,70 e a dos desligados de R$ 4.193,22, o que significa uma diferença de 35,40%. Já na economia brasileira, como um todo, a diferença entre a média salarial dos contratados foi 7% inferior a dos demitidos.
"Essa violência contra o bancário precisa acabar"
Carlos Cordeiro lembrou na oficina que a rotatividade é um fenômeno que só existe no sistema financeiro brasileiro, que foi incorporado até pelos bancos estrangeiros que atuam aqui, embora eles não tenham essa prática nem em seus países de origem nem nos demais países vizinhos da América Latina. "O HSBC, por exemplo, tem o mesmo número de funcionários, cerca de seis mil, tanto em Curitiba, sua sede no Brasil, como na Argentina. Mas em 2010, por intermédio da rotatividade o banco inglês demitiu dez funcionários na Argentina e 800 aqui no Brasil. Essa violência contra os trabalhadores brasileiros precisa acabar", destacou o presidente da Contraf-CUT.
Na oficina, o sociólogo Antonio Ibarra, do Núcleo de Produção de Informações do Dieese, fez uma ampla apresentação sobre a rotatividade no sistema financeiro a partir dos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego.
Após a apresentação, os dirigentes sindicais participaram de um trabalho em grupos para discutir os dados e sugerir ações sindicais para combater a rotatividade nos bancos.
"No debate surgiram várias ideias, entre elas a da criação do Coletivo Nacional de Emprego. A Contraf-CUT agora vai produzir material sobre o tema para discutir com nossas entidades, além de buscar negociação com os bancos e levar esse debate ao governo federal, ao Congresso Nacional e às centrais sindicais, de maneira a formarmos uma grande frente de combate à rotatividade", disse Carlos Cordeiro.
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