Contraf-CUT celebra consciência negra e reforça luta por igualdade racial
A Contraf-CUT celebra o mês da consciência negra e, junto com a CUT, reforça a luta por igualdade racial no trabalho e na vida. A entidade chama federações e sindicatos a organizar e integrar atividades de mobilização que visem combater o racismo, denunciar qualquer discriminação racial, promover ações afirmativas e fortalecer a luta por igualdade de oportunidades nos bancos e na sociedade.
Para tanto, a Contraf-CUT divulga uma publicação especial para o mês da consciência negra, denunciando a exclusão das pessoas negras no sistema financeiro, alertando que as mulheres são duplamente discriminadas e apontando o descompasso entre os lucros e a responsabilidade social dos bancos.
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"Percebe-se o desafio e a urgência de traçar estratégias específicas para combater o racismo estrutural, principalmente por meio de ações afirmativas que possam contrabalançar os efeitos históricos dessas discriminações. Situação que comprova o quão violento e perverso é atual realidade da população negra em nosso país", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
"As instituições financeiras mantêm os mecanismos de exclusão que perpetuam o passado no presente e, portanto, cooperam com as desigualdades sociais e com o racismo no Brasil", destaca Andrea Vasconcelos, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.
Bancos excluem pessoas negras
Há mais de uma década, os trabalhadores têm denunciado a existência de discriminação contra a população negra nos bancos. Por isso, neste mês da consciência negra, a Contraf-CUT não tem muito a comemorar, uma vez que o quadro segue inalterado e as pessoas negras continuam sendo minoria no sistema financeiro e no mercado formal de trabalho do país.
Os números mostram que, apesar do Brasil ser a segunda maior população afrodescendente do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria, não é verificado um mesmo patamar de respeito à diversidade e à herança cultural que devem fazer parte de uma sociedade democrática. E quando tomamos como referência a América Latina e o Caribe constatamos a presença estimada de 150 a 200 milhões de pessoas afrodescendentes. Ou seja, é a maior população do mundo.
Porém, em pleno século XXI, o mercado de trabalho ainda pratica ao menos três tipos de discriminações contra os negros e as negras: a ocupacional, a salarial e a pela imagem.
Portanto, o modelo predominante de exclusão e marginalização institucionalizadas nas instituições financeiras demonstra na prática a falta de responsabilidade social dos bancos e evidencia também a não valorização de um capital humano multicultural e multirracial riquíssimo presente numa sociedade plural e diversa como a brasileira.
Mulheres negras são duplamente discriminadas
Pesquisas confirmam que a inserção da mulher negra no mercado de trabalho é caracterizada por ingresso precoce e tem como porta de entrada o trabalho doméstico, onde 75% não têm carteira assinada. "
Fonte: Contraf-CUT
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