Copom interrompe sequência de cortes, mantém taxa de juros e aponta fim de auxílio
PACTU
Para Comitê, incerteza sobre a economia permanece “acima do usual”
São Paulo – Conforme previsto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros, a Selic, que segue em 2% ao ano. A decisão foi unânime. Com isso, interrompeu uma sequência de nove reduções.
No comunicado divulgado logo depois do encerramento da reunião, nesta quarta-feira (16), o Copom voltou a falar em incerteza. E chamou a atenção para o possível impacto do auxílio emergencial, tema que vem opondo governo e parlamento.
“Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes sugerem uma recuperação parcial, similar à que ocorre em outras economias. Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo”, diz o Comitê. “Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais.”
Preços dos alimentos
Em julho do ano passado, a autoridade monetária reduziu a taxa básica de 6,50% para 6% ao ano. Na época, a inflação (IPCA) acumulada somava 3,37%. Desde então, foram mais oito cortes, até chegar aos 2%. Em agosto, com a maior taxa para o mês em quatro anos, o IPCA era de 2,44%. “O Comitê avalia que a inflação deve se elevar no curto prazo”, diz a nota, citando, entre outros fatores, “a alta temporária nos preços dos alimentos”.
Praticamente sem espaço para mexer nos juros e com a atividade ainda no chão, o BC tentará sinalizar que pelo menos não elevará a taxa básica, desde que certas condições da economia (fiscal, inflação) sejam mantidas. A expectativa é de que a Selic fique nesse nível nos primeiros meses de 2021. A próxima reunião será realizada em 27 e 28 de outubro.
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