OMS e ONU pedem medidas firmes contra ‘fake news’ sobre covid-19
PACTU
“As informações falsas estão impedindo a resposta à pandemia, portanto, devemos unir forças para combatê-la e promover a divulgação de informações de saúde baseadas na ciência”, disse o diretor-geral da OMS
São Paulo – A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU) querem barrar a disseminação de fake news sobre a pandemia de covid-19. As entidades alertam que a circulação de informações falsas em todo o planeta prejudicam o combate à doença.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, explica que desde o começo da pandemia há a divulgação de muitas mensagens imprecisas e algumas perigosas se espalhando nas redes sociais. Entre os temas que chamam a atenção do dirigente, está a futura vacinação contra a covid-19.
“Trabalhamos com parceiros da imprensa, influenciadores e plataformas de mídia social para divulgar conteúdo que promova a ciência, ofereça soluções e inspire solidariedade. Isso será especialmente importante à medida que trabalhamos para construir a confiança do público na segurança e eficácia das futuras vacinas contra a covid-19”, defendeu.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescenta que as fake news sobre a covid-19 colocam a saúde e a vida das pessoas em risco, além de minar a confiança na ciência, nas instituições e nos sistemas de saúde. “As informações falsas estão impedindo a resposta à pandemia, portanto, devemos unir forças para combatê-la e promover a divulgação de informações de saúde baseadas na ciência”, disse.
Confiança na vacina
Henrietta Fore, diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), explica que a desinformação aproveita as brechas de confiança nas sociedades e instituições. Um dos principais problemas é que as fake news buscam convencer os pais a não vacinarem os filhos contra a covid-19.
O médico sanitarista e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha lembra que o presidente Jair Bolsonaro é um dos responsáveis pela guerra contra as vacinas. Uma pesquisa do Ibope aponta que um em cada quatro brasileiros resiste à ideia de tomar o imunizante quando ele for registrado.
Padilha lembra, em entrevista à Rádio Brasil Atual, que o país era referência em campanhas de vacinação, cenário que mudou, em especial, no atual governo. “Antes, o presidente da República era vacinado publicamente”, lembra, destacando a importância do apoio de lideranças políticas. “A vacinação da HPV, que é muito importante e gratuita, está caindo muito por conta desses grupos antivacina e negacionistas”, acrescenta.
A elaboração de ao menos três vacinas contra a covid-19 está em sua fase final.
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