Bancos privados demitem mais de 1,3 mil trabalhadores durante pandemia
PACTU
Durante maior crise sanitária do país, Itaú, Santander e Bradesco investiram R$ 1 bilhão em propaganda
São Paulo – Bancos Santander, Bradesco e Itaú – os três maiores privados do país – seguem descumprindo acordo firmado com movimento sindical e já demitiram mais de mil trabalhadores durante a pandemia de coronavírus. Os bancos demitem mesmo depois de investir quase R$ 1 bilhão em publicidade no período.
O processo de dispensa começou começou no mês de junho, no Santander , que soma 1.063 trabalhadores demitidos. O banco Bradesco começou com o processo de dispensas em outubro, atingindo 70 trabalhadores. No Itaú, foram quase 200 bancários despedidos.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, afirma que a entidade tem cobrado mais transparência das instituições financeiras e também a recontratação dos funcionários. “Os bancos estão tão preocupados com a sua imagem, mas esquecem que responsabilidade social é respeitar os trabalhadores e manter empregos durante uma pandemia mundial. Foram R$ 21,7 bilhões de lucro líquido somados no semestre, com o investimento de R$ 1,2 bilhão em publicidade e propaganda” critica.
O sindicato acredita que as demissões no Brasil podem continuar nas próximas semanas. Recentemente, o Bradesco emitiu um comunicado sobre um “benefício adicional no desligamento” para trabalhadores que forem demitidos até dia 30 de novembro, sem justa causa.
“O comunicado anuncia o ‘benefício’ de manutenção dos planos de saúde e odontológico por seis meses a mais do que o banco é obrigado. A pandemia não acabou. Estes trabalhadores demitidos pelo Bradesco, pais e mães de família, não vão encontrar recolocação no mercado neste momento, uma vez que os demais bancos não estão contratando”, critica Ivone Silva.
Itaú e Santander
O banco Itaú já demitiu cerca de 200 trabalhadores. Os relatos são de de que o bancos demitem por meio de aplicativos de reunião virtual, WhatsApp e e-mail. De acordo com a presidenta do Sindicato dos Bancários, os desligamentos evidenciam dois problemas graves na empresa.
“Primeiro, o descaso da direção do banco, que não se importa em mandar para a rua centenas trabalhadores em meio a uma crise gravíssima que mantém 13 milhões de pessoas desempregadas, mas que não deixou o banco sequer perto de ter prejuízo – pelo contrário, continua obtendo lucros astronômicos – foram R$ 8 bilhões de lucro liquido somente no semestre”, lamenta Ivone.
No Santander, as demissões ocorrem desde junho. Ao todo, são 1.063 funcionários despedidos no país. Além das demissões, o banco mantém as convocações para o trabalho presencial sem negociação com o movimento sindical, com aumento da terceirização em algumas unidades e manutenção de um acordo de home office prejudicial para os bancários, segundo o sindicato.
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