Caixa supera marca de 100 milhões de contas digitais, mas continua na mira das privatizações do governo

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Caixa supera marca de 100 milhões de contas digitais, mas continua na mira das privatizações do governo

Mesmo diante da relevância da sua atuação, mesmo na pandemia da Covid-19, governo ainda pretende fatiar o banco público

 

Um dos maiores bancos púbicos do país, a Caixa, atingiu, nesta última quarta-feira (4), a marca de 105 milhões de poupanças digitais. Mesmo assim, na segunda quinzena de outubro o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a privatização da Caixa. Desta vez, com a abertura de capital (IPO) do braço digital do banco “nos próximos seis meses”.

Para as entidades representantes dos empregados da Caixa, o banco digital ainda não existe, mas sua criação e posterior privatização podem representar a cisão da Caixa e sua consequente privatização, pois não é possível dividir a estrutura operacional da empresa.

“Ao alcançar tal marca, a Caixa demostra mais uma vez o tamanho da sua importância e o esforço realizado pelos seus empregados. Mais do que isso, foi imprescindível durante a pandemia da Covid-19. É lamentável ainda assim, fazer parte da agenda privatista do governo federal e da direção da empresa”, avaliou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da CEE/Caixa e secretária de Cultura da Contraf-CUT.

Segundo a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa e Conselheira Fiscal da Fenae, Rita Serrano, a abertura das contas digitais demonstra o grau de qualificação dos empregados, que em tempo recorde criaram sistemas e contas para atender os milhares de brasileiros afetados pela crise sanitária e social. Além disso, a Caixa ampliou seu programa de inclusão bancária, que começou com a conta Caixa Aqui, lançada em 2012, ratificando o papel público e relevante do banco para o Brasil.  “O que não se pode permitir é que todo esse investimento, realizado com dinheiro público e com a credibilidade do banco, seja entregue à iniciativa privada como quer o governo. Isso contraria os princípios da gestão pública e o desejo dos brasileiros e brasileiras”, disse Rita Serrano. 

Com a poupança social digital, têm sido realizados os pagamentos do Auxílio Emergencial, Auxílio Emergencial Extensão, do Saque Emergencial do FGTS e do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (Bem). De acordo com dados da Caixa, do dia 9 de abril, até agora, já foram realizados 386,7 milhões de pagamentos para 67,8 milhões de beneficiários do Auxílio Emergencial, totalizando R$ 242,6 bilhões creditados, incluindo o Auxílio Emergencial Extensão. A estimativa da Caixa é de que serão pagos R$ 340 bilhões em benefícios pelas contas digitais em 2020. 

A Poupança Social Digital é gratuita e não possui tarifa de manutenção. Além disso, é possível fazer até três transferências por mês sem custo adicional. A conta possui um limite de movimentação de R$ 5 mil por mês. O acesso se dá por meio do aplicativo Caixa Tem.  Pelo app, o beneficiário pode fazer transferências, pagar contas ou realizar compras.

Fonte: Contraf-CUT

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