Contraf-CUT cobra medidas do governo contra demissões no Santander

Contraf-CUT cobra medidas do governo contra demissões no Santander
A Contraf-CUT enviou na manhã desta quarta-feira (5) carta ao ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, solicitando "a adoção de medidas no âmbito do governo federal para estabelecer um diálogo social com o Santander, visando a reintegração dos desligados, a manutenção dos empregos e o fim da rotatividade, como forma de contrapartida pelos excelentes resultados aqui obtidos".

O ofício denuncia ao ministro as demissões em massa no banco espanhol. Brizola Neto participou da 14ª Conferência Nacional dos Bancários, no dia 20 de julho, em Curitiba, onde criticou a alta rotatividade no sistema financeiro.

"Fomos pegos de surpresa ao tomarmos conhecimento nesta semana de demissões em massa na rede de agências e centros administrativos do Banco Santander (Brasil), que atingiram principalmente funcionários com mais de 10 anos de casa, muitos oriundos de bancos adquiridos (Banespa, Real, Meridional, Noroeste), perto da aposentadoria e até pessoas com deficiência. Dispensas que podem chegar a 5 mil funcionários, segundo informações extraoficiais, e que acontecem em pleno final de ano, às vésperas do Natal, desrespeita a vida dos trabalhadores e de suas famílias", afirma o documento.

Ao final, a carta assinada pelo presidente e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro e Ademir Wiederkehr, respectivamente, ressalta o compromisso assumido pelo ministro em Curitiba. Brizola Neto disse que "o Ministério do Trabalho tem o compromisso com o elo mais fraco das relações de trabalho, que são os trabalhadores".

Veja o texto da carta ao ministro:

São Paulo, 5 de dezembro de 2012.

Ao
Ministério do Trabalho e Emprego
Gabinete do Ministro
Att. do Sr. Brizola Neto
Brasília - DF

Excelentíssimo Senhor Ministro:

Ref.: Demissões em massa no Banco Santander (Brasil).

Ao cumprimentarmos Vossa Excelência, vimos comunicar-lhe que fomos pegos de surpresa ao tomarmos conhecimento nesta semana de demissões em massa na rede de agências e centros administrativos do Banco Santander (Brasil), que atingiram principalmente funcionários com mais de 10 anos de casa, muitos oriundos de bancos adquiridos (Banespa, Real, Meridional, Noroeste), perto da aposentadoria e até pessoas com deficiência. Dispensas que podem chegar a 5 mil funcionários, segundo informações extraoficiais, e que acontecem em pleno final de ano, às vésperas do Natal, desrespeita a vida dos trabalhadores e de suas famílias.

Essas demissões não se justificam. O Santander lucrou R$ 5,6 bilhões nos primeiros nove meses deste ano no Brasil, contribuindo com 26% do resultado mundial do banco. Além disso, não houve qualquer discussão prévia com o movimento sindical, que durante negociação ocorrida no dia 22 de novembro no Comitê de Relações Trabalhistas reivindicou mais contratações e o fim da rotatividade, a fim de melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes.

Considerando o compromisso assumido por Vossa Excelência de enfrentar, junto com os bancários e demais categorias, a rotatividade que ocorre em alguns segmentos do mercado de trabalho, como o setor financeiro, durante a sua exposição sobre emprego feita na 14ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida no dia 20 de julho, em Curitiba, vimos solicitar-lhe a adoção de medidas no âmbito do governo federal para estabelecer um diálogo social com o Santander, visando a reintegração dos desligados, a manutenção dos empregos e o fim da rotatividade, como forma de contrapartida pelos excelentes resultados aqui obtidos.

Contamos com o apoio irrestrito de Vossa Excelência. Afinal, como afirmou publicamente aos bancários em Curitiba, "o Ministério do Trabalho tem o compromisso com o elo mais fraco das relações de trabalho, que são os trabalhadores".

Certos de sua atenção, ficamos no aguardo de sua resposta.

Atenciosamete

Carlos Alberto Cordeiro da Silva
Presidente

Ademir José Wiederkehr
Secretário de Imprensa
Fonte: Contraf/CUT

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