Filas acentuadas em agências refletem deficit de servidores, dizem dirigentes da Fenae e de Apcefs
PACTU
Nos últimos dias agências da Caixa de ao menos cinco estados tiveram longas filas para pagamento do auxílio emergencial, do bolsa família e outros benefícios
Agências da Caixa Econômica Federal de pelo menos cinco Estados tiveram longas filas de pessoas esta semana, sobretudo nos estados de São Paulo, Pará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e no Distrito Federal. Isso aconteceu porque além do pagamento da última parcela do auxílio emergencial, as datas do pagamento do Bolsa Família foram antecipadas em dezembro por conta das festas de fim de ano.
Em Belém (PA) e em Vitória (ES), segundo informações de veículos de imprensa, muitas pessoas chegaram às agências bem cedo, para garantir o benefício. Empregados das agências ofereceram álcool em gel e pediram que as pessoas utilizassem máscaras ao entrarem no prédio, assim como o respeito à faixa colocada no início da pandemia para separar a distância ideal entre uma pessoa e outra, mas nas ruas nem sempre esse critério foi respeitado.
Foram observadas em cidades de São Paulo (SP), Belém (PA) e Salvador (BA) pessoas bem próximas das outras na fila e, em muitos casos, elas chegaram sem máscaras ou tiraram as mesmas por algum momento. A situação tende a piorar a cada dia em função de se aproximarem as datas de outros benefícios concedidos por diversas prefeituras do País.
Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, o déficit de empregados do banco, que chega a quase 20 mil, somado ao desrespeito da direção, está adoecendo os trabalhadores.
“O que esta gestão está fazendo com os empregados é criminoso. Além de atender quase 140 milhões de brasileiros em meio a uma pandemia, com filas que expõem tanto os empregados quanto a população, os empregados ainda sofrem pressões absurdas por metas”, disse.
Segundo Takemoto, não bastassem estes problemas, os empregados ainda vivem num ambiente de insegurança, com reestruturação e transferências sem aviso, com pressão para aderirem ao PDV (Programa de Desligamento Voluntário). “É a gestão do medo. Os empregados não mereciam encerrar o ano com tamanho desrespeito da direção”, criticou.
Falta de planejamento
De acordo com a diretora da Apcef/SP, Vivian de Sá, embora os bancários se desdobrem para prestar um bom atendimento à população, a falta de pessoal e de planejamento do governo prejudica o trabalho. “A Caixa tem total condição e sabe fazer repasse de recursos das políticas públicas e de transferência de renda com maestria. Mas precisamos de condições de trabalho e de contratação”, destacou.
Ela citou casos de agências que registraram número grande de cerca de 1.500 atendimentos num único com quadros reduzidos. “Temos uma agência que realizou 700 atendimentos em um único dia, com apenas quatro empregados”, contou.
A diretora também reclamou da pressão que os servidores da Caixa têm sofrido para o cumprimento de metas. De acordo com ela, em função desse cumprimento, as agências acabam direcionando os empregados para outros trabalhos que não são o atendimento.
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