Quase 3 milhões de famílias viveram só com auxílio emergencial em novembro, diz Ipea
PACTU
Benefício já tinha sido cortado para R$ 300 e foi extinto por Bolsonaro a partir de 2021, o que pode deixar esses domicílios sem nenhuma fonte de subsistência
Cerca de 2,95 milhões de domicílios brasileiros sobreviveram, em novembro, apenas com o auxílio emergencial de R$ 300. Ele foi pago a quem perdeu renda com a pandemia do novo coronavírus. O dado consta em estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgado nesta quarta-feira (6).
O benefício foi instituído inicialmente com o valor de R$ 600. Em setembro, ele foi cortado pela metade pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido), sob alegação de que não havia recursos para mantê-lo naquele valor. Ele foi encerrado em dezembro pelo governo federal.
Mesmo representando 28% do salário mínimo vigente em novembro, R$ 1.045, o auxílio significou para 4,32% dos domicílios a única fonte de renda naquele mês.
Outro dado revelado pelo Ipea dá conta de que 27,45% do total de domicílios do país permanecia sem nenhuma renda do trabalho efetiva em novembro.
Além disso, o estudo constatou que, no penúltimo mês do ano passado, os rendimentos médios da população corresponderam a 93,7% da renda média habitual. Os trabalhadores por conta própria foram os mais atingidos: receberam 85,4% do habitual naquele mês.
O estudo tem sido feito pelo Ipea para analisar os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre o mercado de trabalho e o impacto do auxílio emergencial na renda dos brasileiros. Os pesquisadores do instituto usam como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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