O Banco da Matemática: Sede da Caixa plota slogan pessoal de Pedro Guimarães na fachada
PACTU
Recentemente, uma agência da Caixa que fica ao lado do prédio Matriz 1 do Banco Público, em Brasília, teve toda a sua fachada em vidro plotada. No adesivo estão imagens de alguns brasileiros e três slogans: "O Banco de Todos", "O Banco da Inclusão" e " O Banco da Matemática". E é aí que mora a pegadinha.
Os dois primeiros slogans são velhos conhecidos de todos, já que a Caixa usa ambos em seus canais oficiais de comunicação. No entanto, "O Banco da Matemática" veio de presente com a gestão do atual presidente do Banco, Pedro Guimarães. Sim, é um slogan pessoal.
De acordo com Guimarães, a Caixa é atualmente o banco da matemática porque em sua gestão nada que não tenha embasamento na matemática foi e nem será feito. E é claro que ele usa a frase, repetidas vezes, em lives, coletivas de imprensa e até mesmo em suas redes sociais. E agora, também cola com letras garrafais a sua frase de efeito em uma das principais agências da capital.
O Reconta Aí entrou em contato com a assessoria de imprensa da Caixa para questionar se "O Banco da Matemática" agora fazia parte do plano de comunicação do Banco e se passaria a ser usado em todos os canais oficiais, como estava sendo usado na agência bancária em questão. Uma semana depois, recebemos uma ligação curta dizendo "a Caixa não vai comentar seus questionamentos".
O Banco da Matemática está deixando de ser dos brasileiros
A política neoliberal do governo Bolsonaro está focada em vender o máximo de empresas públicas possível e desmontar o Estado brasileiro. A Caixa, o principal Banco Público do País, não ficou de fora desse absurdo.
Desde que assumiu a presidência da Caixa, Pedro Guimarães vem usando a sua matemática para vender partes do banco e, assim, diminuir o seu papel social. O desmonte segue firme e forte e é um projeto de (des)governo encabeçado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e apoiado por Bolsonaro.
O governo prevê a privatização de outros braços estratégicos e rentáveis da estatal. Além da Seguridade e do futuro Banco Digital, a direção da Caixa atua para a venda de outros segmentos rentáveis, como as áreas de Cartões, Gestão de Recursos e até as Loterias Federais.
Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, ao contrário do que afirma o Palácio do Planalto, a Caixa vem sendo claramente enfraquecida nesta gestão.
“Estão entregando para o mercado um patrimônio que deveria ser mantido nas mãos do País, dos brasileiros, em benefício principalmente à população mais carente, que sempre teve a Caixa como o banco da habitação, da infraestrutura, da saúde, do crédito popular e do financiamento estudantil”, explica Takemoto.
No Fantástico Mundo de Pedrinho, a Caixa não lucrava em governos anteriores
Pedro Guimarães comemora sempre que divulga o balanço da Caixa com lucros exorbitantes e exalta que isso não era visto nos governos anteriores. Mas o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizou um levantamento que mostra que o Banco Público teve lucro nos últimos 18 anos. Ou seja, a Caixa é lucrativa desde 2003, contrariando as alucinações de Guimarães.
O Dieese aponta que, em valores atualizados, a empresa contabilizou um lucro líquido acumulado de R$ 39,7 bilhões durante o governo Lula (2003 a 2010), de R$ 51 bilhões no governo Dilma (2011 a 2016) e de R$ 25,4 bilhões no governo Temer (2017 e 2018).
Na gestão de Guimarães (2019 e 2020) não foram as atividades bancárias que levaram aos altos lucros, foi a venda de partes importantes da instituição. Com isso, ele cria um personagem para mentir e enaltecer o seu trabalho e o do Bolsonaro, mas esquece que a matemática não mente jamais.
Deixar comentário