Brasil ultrapassa 600 mil mortes por covid-19
PACTU
O título desta matéria não é apenas triste e nem apenas lamentável. Segundo conclusões da CPI da Covid, no Senado, são criminosas as ações e as omissões do Governo Federal no enfrentamento à pandemia da covid-19 no Brasil, que levaram o país a ultrapassar a marca de 600 mil vidas perdidas para o novo coronavírus.
A imprensa mundial destacou, desde o início, a postura negacionista do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) e de seus ministros. As investigações no Senado provaram que não se tratou apenas de um erro de estratégia ou simples negacionismo.
Enquanto milhares de vidas eram perdidas no auge da crise sanitária, Bolsonaro recusava a compra de vacinas e insistia no uso do “kit covid”, com medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença. As investigações da CPI jogaram luz sobre a atuação de um tal gabinete paralelo, o qual era integrado inclusive por empresários que vislumbravam faturamento alto com a venda de hidroxicloroquina e ivermectina. Sem contar que, de outro lado, uma rede formada por picaretas, atravessadores, políticos e empresários corruptos agia dentro do Ministério da Saúde, também com intuito de desviar o dinheiro do combate à pandemia.
Quando comparados os indicadores da pandemia no Brasil e no mundo, percebe-se o quanto o governo brasileiro foi incompetente na gestão da crise sanitária. Enquanto a média mundial de mortes por um milhão de habitantes é de 612, no Brasil é de 2.811. Está atrás apenas do Peru e de outros cinco países pequenos, todos governados por negacionistas. A incidência de casos por um milhão também é três vezes maior no Brasil em relação à média mundial e o segundo país com maior número de mortes diárias, enquanto a vacinação segue lenta, com menos de 50% da população com o clico vacinal completo. Tudo sem considerar a possibilidade muito concreta de haver subnotificação de casos e de óbitos, no Brasil.
Especialistas afirmam que, se a postura do governo Bolsonaro não tivesse sido a de apostar em imunidade de rebanho, com uso de cloroquina e negação da pandemia, e tivesse investido no distanciamento, uso de máscara e vacinação, o número de mortes no Brasil poderia ter sido de três a cinco vezes menor. Ele próprio foi um disseminador do vírus, ao promover frequentes aglomerações. Ou seja, a cronologia dos fatos, agora documentados pela CPI do Senado, prova que o governo claramente optou por uma estratégia genocida, e macabra, que destruiu mais de 600 famílias brasileiras e deixou milhões de pessoas sequeladas pela covid.
Bolsonaro incorreu em pelo menos 13 crimes, apontam as investigações. Ele e pelo menos outras 30 pessoas que agiram com interesses escusos, em detrimento da vida e da segurança do povo brasileiro, terão seus nomes no relatório final da CPI, indiciados como criminosos e, como tais, devem pagar pelos seus atos, inclusive em tribunais internacionais.
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