10 motivos para exigir o fim do governo Bolsonaro nas ruas neste sábado, dia 20

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10 motivos para exigir o fim do governo Bolsonaro nas ruas neste sábado, dia 20

Contra o desemprego, a fome, a miséria e as mortes milhões de brasileiros vão gritar neste sábado (20), Dia da Consciência Negra: #ForaBolsonaroRacista

No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, deste ano, milhões de brasileiros irão às ruas do país e do exterior, com centenas de razões para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro Ex-PSL).

PortalCUT listou as dez principais razões que a população tem para soltar o grito preso na garganta - #ForaBolsonaroRacista - neste dia de luta anrracista e pela pauta da classe trabalhadora e da sociedade.

“O racismo estrutura as relações de desigualdade no Brasil e a população negra é vítima preferencial do caos social e sanitário brasileiro, sendo a que mais sofre com as doenças, o desemprego, violência e a fome”, diz trecho da convocação para o dia 20 dos movimentos negros, populares e sindicais e entidades que participam da Campanha Fora, Bolsonaro.

Para os líderes de movimentos negros e movimentos populares não é mais possível viver sob o terror de Estado provocado por Bolsonaro que, com seu discurso de ódio, inflama seus apoiadores a discriminarem outras etnias que não à de descendência branca europeia. Para a CUT e demais centrais sindicais, é um basta de ataques aos direitos dos trabalhadores, da ausência de uma política efetiva de geração de emprego e renda.

Confiras as dez principais razões para gritar ‘fora, Bolsonaro racista’ neste sábado:

1 – Fim do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial

Após 18 anos de pleno funcionamento o Bolsa Família, criado por Lula em 2003 e premiado internacionalmente, foi extinto por Bolsonaro, que também parou de pagar o Auxílio Emergencial para dar espaço a um programa eleitoreiro, cujas fontes de financiamento não estão definidas e que, segundo especialistas, não resolverá os problemas da fome, miséria e inserção de crianças na escola. O Auxílio Brasil tem, inclusive, data para acabar – dezembro de 2022 – e excluiu milhões de beneficiados pelo auxílio emergencial, que tiveram no programa sua única fonte de renda durante a pandemia

2 – 610 mil mortos

O negacionismo, a negligência e o envolvimento em escândalos de superfaturamento na compra de vacinas, além da promoção de medicamentos sem eficácia no combate à Covid-19, resultaram na morte de mais de 610 mil brasileiros e brasileiras. Grande parte desta tragédia poderia ter sido evitada se Bolsonaro não tivesse desdenhado da pandemia, tratando-a como uma ‘gripezinha’ e dizendo, entre outros absurdos que ‘todo mundo vai morrer um dia’. O atraso no início da vacinação e as negativas de negociação com laboratórios como a Pfizer denunciam a política genocidada de Bolsonaro.

3 – Desemprego

Depois de dar o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, o ilegítimo Michel Temer (MDB) aprovou a reforma Trabalhista que prometia mais empregos com a flexibilização de direitos. Promessa mentirosa, o resultado foi a precarização dos empregos formais, arrocho salarial e aumento do desemprego. Bolsonaro prometeu aprofundar a reforma de Temer. E sem projeto para o país, aprofundou a crise, atacou direitos, e ao invés de empregos criados, postos de trabalho foram extintos, trabalhadores ficaram desempregados e, por consequência, famílias inteiras foram penalizadas. Os negros foram os primeiros a perder seus empregos. Dados do IBGE mostram que no primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego entre a população negra foi de 16,23%, enquanto a taxa para os brancos foi de 11,65%.

4 – Inflação

Os níveis inflacionários altos, de mais de dois dígitos, haviam sido superados há tempos. Hoje, impulsionada pelo aumento dos combustíveis que se refletem em toda a economia, a inflação para as famílias já ultrapassa os dois dígitos. Não é necessário ser economista para perceber que cada vez cabe menos alimentos e produtos no orçamento. Mais do que pelo índice, a inflação está sendo sentida pelo povo brasileiro na conta do supermercado. Aqueles que não têm emprego e renda, maioria formada pela população negra, são os mais impactados. No total, o Brasil já tem cerca de 20 milhões de pessoas passando fome atualmente.

5 – Fome

Entre 2018 e 2020, 7,5 milhões de brasileiros passaram ao menos um dia inteiro sem se alimentar. Este número é o quase dobro do que era em 2014 (3,9 milhões). Quase um quarto dos brasileiros (23,5%) passou por insegurança alimentar moderada (dificuldade e restrição no acesso a alimentos, ou seja, não faz as 3 refeições por dia), entre 2018 e 2020, o que significa ao todo 49,6 milhões de pessoas. Isso se deve aos fatores citados como o desemprego e a inflação que está elevando de forma exorbitante os preços dos alimentos.

6 – Alta dos preços

Comer carne vermelha, frango e até mesmo ovos já se tornaram artigos de luxo para milhões de famílias que, com os preços altos e a falta de renda por causa do desemprego, viram notícia diariamente nos jornais. São pessoas com geladeiras vazias, em desespero por não poder sustentar a própria família e não terem expectativas de conseguir trabalho. Enquanto salários não sobem a cesta básica aumenta todos os meses. De acordo como Dieese, o valor da cesta em novembro de 2021 está, em média, 25% mais caro do que em novembro de 2020. A maior alta foi em Brasília (31,6%). Florianópolis (SC) apresenta o mais alto preço do pais. Lá, a cesta custa R$ 700,69.

7 - Aumento dos combustíveis

A política de Preço de Paridade de Importação (PPI) adotada pela Petrobras no governo Temer e mantida por Bolsonaro, que faz com que o preço dos combustíveis no Brasil acompanhe a cotação internacional do barril e também do dólar, mesmo o país sendo autossuficiente. Esses reajustes impactam na inflação de todos os outros produtos. E com os reajustes sucessivos e a gasolina chegando a mais de R$ 7 reais o litro, trabalhadores que dependem do veículo como ferramenta de trabalho vêm tendo que abandonar as atividades por falta de condições de se manter. É o caso motoristas de caminhão autônomos, entregadores e motoristas de aplicativo (Ifood, Rappi, Uber, 99 Taxi, Cabify entre outros) cujos ganhos não cobrem os custos para manter o veículo.

8 – Saúde

O sucateamento de serviços públicos como o Sistema Único de Saúde (SUS) são sentidos mais pela população negra e os mais pobres do que para as demais. Com cortes e falta de recursos para a saúde, a população mais pobre é a primeira a ser prejudicada. Junto com outros fatores socioeconômicos, isso é o que faz com as taxas de mortalidade da população negra seja maior. Se analisados os números da pandemia, um levantamento do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, grupo da PUC-Rio, mostrou que enquanto 55% de negros morreram pela doença, a proporção entre brancos foi de 38%.

9 – Violência contra a população negra

Relatório elaborado pela Coalização Solidariedade Brasil, rede que agrega 18 entidades internacionais, avaliou que nos primeiros dois anos de governo Bolsonaro houve retrocesso significativo no que se refere a direitos humanos e desigualdade no país. Só no primeiro semestre de 2020, houve um aumento de 6% nas mortes pela polícia. A pesquisa constata que em 2019, primeiro ano de Bolsonaro no governo, 79,1% dos mortos pela polícia foram negros. Neste mesmo ano, 66,6% das vítimas de feminicídio eram negras. Em 2020, o total de casos de violência contra a mulher aumentou 1,9%.

10 – Racismo

Bolsonaro nunca escondeu sua face racista. Em resposta à cantora Preta Gil, em 2011, disse que “educou bem” os seus filhos e por isso, eles jamais namorariam uma mulher preta.

Em uma palestra no Rio de Janeiro, em 2017, disse sobre a ida a uma comundiade quilombola, em Eldorado Paulista: “O afrodescendente mais leve lá pesava 7 arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador eles servem mais".

Em 2015, afirmou a um jornal que imigrantes e refugiados vindos da África seriam a "escória do mundo". Ele também disse que jamais “entraria em um avião pilotado por um cotista, nem aceitaria ser operado por um médico cotista”.

Outros motivos

A reforma Administrativa pretendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é uma abre-alas para a privatização dos serviços públicos, além de acabar com a estabilidade de servidores, que ficarão à mercê do governo de plantão, o que pode aumentar os casos de corrupção. A CUT, centrais sindicais e entidades que defendem o setor pressionam o Congresso para que não aprovem a proposta.

As privatizações também são uam ameaça ao país. Desde o golpe, o Brasil sofre um verdadeiro ataque às empresas públicas estratégicas como a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Federal, Correios e Eletrobras, essenciais para o nosso desenvolvimento.

Por todos estes motivos, mas acima de tudo pela esperança de o povo brasileiro conseguir sobreviver, a palavra de ordem é Fora Bolsonaro Racista e a resistência deve acontecer nas ruas de todo o Brasil neste sábado.

Fonte: Contraf-CUT

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