Copom encerra reunião e deverá anunciar a décima alta seguida dos juros
PACTU
Neste momento, cenário mostra um país sem crescimento econômico e inflação elevada
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerra nesta quarta-feira (4) a sua 246ª reunião com a expectativa unânime de novo aumento da taxa básica de juros, o décimo seguido. Predominam as apostas de que a Selic será elevada em um ponto percentual, para 12,75% ao ano. Se confirmada, será a maior taxa em mais de cinco anos, desde janeiro de 2017.
Até março do ano passado, a taxa básica estava em 2% ao ano. Chegou a 11,75% e deve sofrer mais aumentos até o fim do ano. Alguns acreditam que atinja 14%.
Porém, a sequência de altas dos juros tem sido ineficaz para o combate à inflação, que não para de subir. Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 1,62%, maior taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. Já a “prévia” da inflação de abril, o IPCA-15, foi a maior desde 1995.
Inflação e desemprego
Muito acima da meta da inflação anual, que é de 3,5%, conforme fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Mesmo considerado o teto da meta, de 5%, seria mais que o dobro, pelo índice atual. A tolerância é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
Assim, neste momento, o Brasil caminha para um ano praticamente sem crescimento econômico, com inflação elevada e desemprego alto, ainda que menos do que um ano atrás. Os dados econômicos mostram ainda queda na renda, com grande parte dos acordos incluindo reajustes abaixo da variação da inflação.
Ajuste administrativo
Na segunda-feira (2), o BC informou que a partir deste mês parte da primeira sessão do Copom será feita na manhã das quartas-feiras – a reunião do Comitê é realizada em dois dias, com início sempre na terça. Até agora, essa primeira sessão ocorria apenas na manhã e na tarde do primeiro dia.
“Essa mudança visa a disponibilizar mais tempo para as apresentações técnicas sobre conjuntura econômica, sem alteração no número de apresentações ou de participantes”, diz o BC. “Por se tratar de mero ajuste administrativo, não há necessidade de alterar o regulamento do Copom.”
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