Itaú: a quem interessa suspender a bolsa educação?
PACTU

A direção do banco Itaú propôs aos sindicatos, no apagar das luzes do ano de 2024, trocar algumas conquistas históricas, entre elas a bolsa educação, pela obrigação das entidades sindicais de chancelarem o termo de quitação de horas extras, ou, como denominam, validação das horas extras.
A bolsa educação foi conquistada com muita luta e assinada pelos sindicatos há mais de dez anos. O acordo prevê que o banco disponibilize um número de bolsas, com determinados critérios, pagando mensalmente um valor fixo, como forma de incentivar a formação acadêmica dos bancários, gerando condições para a prestação de serviços aos clientes e a população, bem como melhor expectativa na qualidade de vida e de encarreiramento.
Atualmente os acordos coletivos de trabalho são debatidos e definidos separadamente, a exemplo da PCR, do ponto eletrônico, e da bolsa educação, garantindo desta forma a importância específica de cada um deles.
O que quer o Itaú
O banco quer usas nossas conquistas como moeda de troca. Eles querem incluir todas elas em um único acordo, isto é, um pacotaço, colocando os “bodes e jabutis” de interesse do banco, que trazem prejuízos aos bancários. O banco coloca nesta proposta o termo de quitação de horas extras, em que bancários e sindicatos assinariam reconhecendo não haver mais nada a saldar. Essa é a condição. Ou assina tudo ou não assina nada. É a direção do Itaú fazendo chantagem com os direitos de quem proporciona o maior lucro de todo sistema financeiro nacional: os bancários e bancárias que trabalham no banco.
Quantos já passaram pela experiência de ser chamado para reuniões sem o ponto batido? De bater o ponto e continuar a produção depois do expediente? De receber ligação em celular ou mensagens em grupos fora do horário de trabalho, inclusive em feriados e finais de semana?
Isso é negociação?
Para o movimento sindical isso é imposição, e quando as coisas são impostas, tudo leva a crer que tem problemas. Os sindicatos que representam os trabalhadores nunca eliminaram a etapa negocial como ferramenta de diálogo e democracia, sempre valorizando a negociação feita com transparência e honestidade.
O que propomos
O movimento sindical não abre mão de continuar as negociações, ao contrário do que disse o banco em comunicado no dia 23 de janeiro.
Desafiamos o Itaú a assinar imediatamente os acordos pacificados, entre eles, a bolsa educação. Nos comprometemos a aprofundar, em mesa de negociação, o diálogo sobre a validação do ponto.
Mas se o Itaú não ver a mesa de negociação como forma para exaurir as divergências, de forma séria e democrática, iremos usar todas as ferramentas possíveis para garantir as conquistas que vieram com muita luta.
O que fazer
Fiquem atentos aos comunicados do seu sindicato. Vamos precisar de todo mundo para cobrar do Itaú o respeito com a educação e nossas conquistas. Vamos à luta!
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