Bancos privados apoiam Reforma da Previdência
PACTU
Instituições financeiras emitiram notas oficiais de apoio.
Grandes bancos privados como Itaú, Bradesco e Santander, em notas públicas ou por meio de declarações dos seus executivos, posicionaram-se favoravelmente à reforma da Previdência (PEC 287) pretendida por Temer, que na prática enterra a aposentadoria pública no país. As justificativas “oficiais” vão desde a retomada do “crescimento econômico sustentável” até a “solução dos nossos problemas sociais”. Entretanto, o que os banqueiros não assumem é um interesse bem particular das instituições que comandam: o crescimento da contratação de planos de previdência privada.
De acordo com levantamento da Fecomercio-SP, as discussões sobre a reforma da Previdência continuam aumentando a procura por planos de aposentadoria privados. Em maio, os investidores da capital paulista aplicaram 8,7% de suas reservas em previdência privada. No mesmo mês de 2016, este percentual era de 7%. A tendência de crescimento também foi observada em levantamento anterior da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que apontou alta de 19,93% na contratação dos planos privados em 2016.
“Os banqueiros estão alinhados com o governo Temer desde o início. Sabem que com as reformas da Previdência e trabalhista, além da terceirização irrestrita, já aprovada, vão maximizar seus lucros com a implosão dos direitos trabalhistas e o fim da aposentadoria pública no país. Quando banqueiros – que lucram bilhões e mesmo assim demitem milhares de bancários todos os anos – defendem mudanças nas legislações trabalhista e previdenciária, fica ainda mais claro que esses projetos não são benéficos aos trabalhadores”, critica a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva.
Para o economista e professor do Instituto de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani, ao tornar a aposentadoria pública inacessível a uma grande parcela da população, a PEC 287 leva a perda de arrecadação para o sistema de seguridade social.
“A reforma da Previdência já gera impactos negativos sobre as fontes do regime geral. Muitos serão desestimulados a continuar contribuindo. E vai ter uma migração das camadas de mais alta renda para a previdência privada, o que já está ocorrendo", avaliou o economista em sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado.
“A questão da reforma da Previdência é política. Sua aprovação é uma promessa feita por Temer ao mercado financeiro. Isso fica muito claro quando, em busca de votos para a PEC 287,o governo abre mão de R$ 55 bilhões em arrecadação. Os trabalhadores não podem permitir que, em meio a negociatas, este presidente ilegítimo e sua base aliada no Congresso acabem com a aposentadoria pública no Brasil, entregando um grande filão de mercado aos bancos privados. É fora Temer, fim das reformas e diretas já”, conclui Ivone.
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