Banqueiros se negam a discutir metas abusivas que adoecem bancários
"Não existem metas abusivas nos bancos. Elas são apenas desafiadoras. O assédio moral, quando existe, é resultado do desvio de caráter de alguns gestores. As reclamações que existem nos locais de trabalho são normais, parecidas com as dos filhos que se queixam das cobranças dos pais, dos alunos que protestam contra exigências dos professores e dos atletas que reclamam do rigor dos técnicos."
Foi isso o que os bancos alegaram nesta quarta-feira 8 ao Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, durante o segundo dia da primeira rodada de negociação da Campanha 2012, bloqueando as discussões sobre saúde e condições de trabalho e as reivindicações dos trabalhadores pelo fim das metas abusivas e do assédio moral, que estão provocando uma verdadeira epidemia de adoecimentos nas unidades.
"Os bancos querem naturalizar e individualizar a violência organizacional, como se ela fosse um desvio de caráter e a culpa, em última instância, fosse dos próprios bancários. Nós discordamos disso. Consideramos que o assédio moral é uma questão coletiva, resultado de um modelo de gestão equivocado, gerador de doenças", afirma Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.
Os dirigentes sindicais expuseram essa visão aos representantes dos bancos e reafirmaram a reivindicação de que é preciso que os bancários participem da discussão das metas. "O problema hoje é de violência organizacional. Por que não fazemos uma pesquisa para ouvir os bancários, de modo a efetuarmos uma radiografia conjunta do problema?", propôs Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Os bancos recusaram tanto a realização da pesquisa como a inclusão dos bancários na discussão sobre o estabelecimento de metas. Eles alegam que isso significaria submeter a gestão dos bancos ao escrutínio dos bancários.
Combate ao assédio moral
O Comando Nacional cobrou dos bancos uma reavaliação do instrumento de combate ao assédio moral previsto na Convenção Coletiva com adesão espontânea para bancos e sindicatos. "Esse instrumento precisa ser avaliado. Ele é insuficiente e precisa de ajustes. Tem havido reincidências e, como é voluntário, não envolve todos os bancos", destaca Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Ela citou o caso de sua base sindical, onde há 640 casos de assédio moral registrados, muitos dos quais discutidos em cada local de trabalho, sem utilização do instrumento previsto na Convenção Coletiva. Há casos de respostas-padrão dos bancos que aderiram. "Esse instrumento precisa ser aprimorado", defendeu.
Programa de Reabilitação profissional
O Comando Nacional questionou os bancos sobre a razão pela qual nenhum deles aderiu ainda ao Programa de Reabilitação Profissional, que está desde 2009 na Convenção Coletiva. Pelo acordo, cuja implementação é opcional, os bancos devem instituir programas de reabilitação visando assegurar condições para a manutenção ou a reinserção ao trabalho do bancário com diagnóstico de adoecimento, de origem ocupacional ou não.
"O que observamos é que a grande maioria dos trabalhadores, ao retornarem ao trabalho depois de um determinado período de afastamento, é recolocada no mesmo posto de trabalho que o adoeceu, sem nenhuma mudança nas condições e no ritmo de trabalho", salienta Walcir.
A Fenaban tentou fugir do questionamento, sugerindo remeter a questão à mesa temática de saúde e condições de trabalho, mas os dirigentes sindicais cobraram uma solução na mesa de negociação. Por fim, a Fenaban se comprometeu a fazer reuniões com os bancos e procurar resolver o assunto ainda na atual Campanha Nacional.
Nova rodada de negociação
Os debates sobre saúde e condições de trabalho continuarão na segunda rodada de negociação, que ocorre na próxima quarta 15 e quinta-feira 16, em São Paulo. Também serão discutidas as reivindicações sobre segurança bancária, igualdade de oportunidades e remuneração.
O Comando Nacional se reúne na terça-feira 14, às 10h, na sede da Contraf-CUT, para preparar os debates com os bancos.
Fonte: Contraf/CUT
Foi isso o que os bancos alegaram nesta quarta-feira 8 ao Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, durante o segundo dia da primeira rodada de negociação da Campanha 2012, bloqueando as discussões sobre saúde e condições de trabalho e as reivindicações dos trabalhadores pelo fim das metas abusivas e do assédio moral, que estão provocando uma verdadeira epidemia de adoecimentos nas unidades.
"Os bancos querem naturalizar e individualizar a violência organizacional, como se ela fosse um desvio de caráter e a culpa, em última instância, fosse dos próprios bancários. Nós discordamos disso. Consideramos que o assédio moral é uma questão coletiva, resultado de um modelo de gestão equivocado, gerador de doenças", afirma Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.
Os dirigentes sindicais expuseram essa visão aos representantes dos bancos e reafirmaram a reivindicação de que é preciso que os bancários participem da discussão das metas. "O problema hoje é de violência organizacional. Por que não fazemos uma pesquisa para ouvir os bancários, de modo a efetuarmos uma radiografia conjunta do problema?", propôs Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Os bancos recusaram tanto a realização da pesquisa como a inclusão dos bancários na discussão sobre o estabelecimento de metas. Eles alegam que isso significaria submeter a gestão dos bancos ao escrutínio dos bancários.
Combate ao assédio moral
O Comando Nacional cobrou dos bancos uma reavaliação do instrumento de combate ao assédio moral previsto na Convenção Coletiva com adesão espontânea para bancos e sindicatos. "Esse instrumento precisa ser avaliado. Ele é insuficiente e precisa de ajustes. Tem havido reincidências e, como é voluntário, não envolve todos os bancos", destaca Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Ela citou o caso de sua base sindical, onde há 640 casos de assédio moral registrados, muitos dos quais discutidos em cada local de trabalho, sem utilização do instrumento previsto na Convenção Coletiva. Há casos de respostas-padrão dos bancos que aderiram. "Esse instrumento precisa ser aprimorado", defendeu.
Programa de Reabilitação profissional
O Comando Nacional questionou os bancos sobre a razão pela qual nenhum deles aderiu ainda ao Programa de Reabilitação Profissional, que está desde 2009 na Convenção Coletiva. Pelo acordo, cuja implementação é opcional, os bancos devem instituir programas de reabilitação visando assegurar condições para a manutenção ou a reinserção ao trabalho do bancário com diagnóstico de adoecimento, de origem ocupacional ou não.
"O que observamos é que a grande maioria dos trabalhadores, ao retornarem ao trabalho depois de um determinado período de afastamento, é recolocada no mesmo posto de trabalho que o adoeceu, sem nenhuma mudança nas condições e no ritmo de trabalho", salienta Walcir.
A Fenaban tentou fugir do questionamento, sugerindo remeter a questão à mesa temática de saúde e condições de trabalho, mas os dirigentes sindicais cobraram uma solução na mesa de negociação. Por fim, a Fenaban se comprometeu a fazer reuniões com os bancos e procurar resolver o assunto ainda na atual Campanha Nacional.
Nova rodada de negociação
Os debates sobre saúde e condições de trabalho continuarão na segunda rodada de negociação, que ocorre na próxima quarta 15 e quinta-feira 16, em São Paulo. Também serão discutidas as reivindicações sobre segurança bancária, igualdade de oportunidades e remuneração.
O Comando Nacional se reúne na terça-feira 14, às 10h, na sede da Contraf-CUT, para preparar os debates com os bancos.
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