Sindicatos ampliam negociações com patrões durante a pandemia

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Sindicatos ampliam negociações com patrões durante a pandemia
Para enfrentar esse momento delicado, os sindicatos estão negociando diretamente com os patrões para que os empregos sejam mantidos

Entidades lutam para que medidas editadas por Bolsonaro não tirem emprego e renda dos trabalhadores

São Paulo – Desde os primeiros casos do novo coronavírus no Brasil, os sindicatos têm negociado com o setor patronal medidas de proteção aos trabalhadores. Diariamente, as entidades lutam para que o isolamento social e os empregos sejam mantidos neste momento de pandemia.

As últimas medidas provisórias editadas pelo presidente Jair Bolsonaro, em meio à crise humanitária e sanitária, não garantem proteção aos trabalhadores. Pelo contrário, flexibilizam regras trabalhistas, alteram acordos de trabalho e beneficiam os patrões.

“O governo está mandando dinheiro para as empresas, mas sem garantia. Eles estão dando garantia para os empresários, mas não estão dando para os trabalhadores”, criticou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, em entrevista à repórter Daiane Ponte, da TVT.

Para enfrentar este momento delicado, os sindicatos estão negociando diretamente com os patrões para que os empregos sejam mantidos. “A gente percebeu que o trabalhador está sozinho, então os patrões acham que podem diminuir salário ou jornada de trabalho”, acrescentou Ivone.

A presidenta do sindicato conta que os bancários, desde o anúncio do primeiro caso oficial de covid-19, decidiram que todas as negociações terão a presença do comando nacional, que reúne todos os representantes de sindicatos e federações de bancários do Brasil. “Nessas negociações a gente tem conseguido vários avanços, as pessoas estão em casa sem ter o salário diminuído.”

O presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos de São Paulo (FEM-CUT), Luiz Carlos da Silva, o Luizão, afirma que o enfrentamento dessa crise precisa da participação do sindicato. “É para que negociem condições favoráveis, que estabeleçam a manutenção da renda líquida do trabalhador. A estabilidade prevista na MP traz insegurança, porque o empregador pode pagar uma multa e dispensar o funcionário”, explica.

Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando que acordos individuais de redução de jornada ou salário não podem ocorrer sem a participação dos sindicatos, os trabalhadores ganharam fôlego para garantir alguma proteção em meio à crise.

“Nós devemos prezar pela vida e a saúde das pessoas. Como as recomendações médicas apontam para o isolamento, nós recomendamos que os sindicatos buscassem as empresas para suspender as atividades produtivas. Enviamos às patronais um documento para que orientassem as empresas a promover acordos que suspendessem as atividades”, acrescentou Luizão.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT

 

Fonte: RBA-Rede Brasil Atual

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