Eleições 2022: se Bolsonaro ganhar, será o fim dos bancos públicos

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Eleições 2022: se Bolsonaro ganhar, será o fim dos bancos públicos

O que significaria um segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL) para as estatais brasileiras, sobretudo para os bancos públicos como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES?

Essa pergunta já tem resposta nas ações privatistas do atual governo ao longo dos últimos quatro anos. A maior evidência do risco que correm o BB, a Caixa e o BNDES foi dada na famosa reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixou claro que a privatização dessas empresas será feita a partir de 2023.

Nos últimos anos, o caminho tem sido preparado, sobretudo com mudanças no modelo de gestão, com ampla interferência política e desmonte dessas empresas. A Caixa enfrenta um processo de privatização fatiada imposta pelo governo Bolsonaro e o BB tem feito operações duvidosas, como a venda de uma carteira com valor contábil de R$ 2,9 bilhões, repassada por R$ 371 milhões ao banco BTG Pactual, do qual Paulo Guedes é sócio. Sem contar as demissões em massa e o fechamento de dezenas de agências, inclusive em municípios que só contavam com esse banco.

Enquanto a campanha de Lula (PT) divulga propostas para o fortalecimento de estatais estratégicas para o país e defende uma gestão dos bancos públicos que vise menos lucros e mais recursos para o desenvolvimento econômico e social, Bolsonaro e Guedes jamais esconderam a sua ideologia privatista, assunto omitido pela campanha bolsonarista e também pelos meios de comunicação. Um segundo mandato daria tempo suficiente para entregar quase tudo nas mãos do capital nacional e estrangeiro, principalmente com a nova configuração do Congresso Nacional a partir do ano que vem.

Prejuízo Coletivo

A ofensiva das privatizações seria um péssimo negócio para o país, começando pelo alto número de demissões que resultaria do processo. No caso do BB, significaria o fim do crédito mais barato para o setor empresarial, especialmente para os micro e pequenos negócios, e para o agronegócio. A venda da Caixa acabaria com uma série de serviços sociais que o banco presta, entre eles o pagamento de auxílio às famílias mais pobres, FGTS, PIS/PASEP e financiamentos habitacionais com juros mais baixos (inclusive para a classe média), entre outros benefícios que a população perderia.

Depois de BB e Caixa, o foco da privatização voltará ao BNDES. O plano de desestatização, inclusive, já foi iniciado no governo Bolsonaro, com a venda de uma carteira de ações no valor de R$ 130 bilhões, pertencente ao BNDESPar, uma espécie de braço da instituição, que está sendo extinto. Principal fonte de financiamento de grandes empresas e projetos de infraestrutura no país em governos anteriores, o BNDES está hoje praticamente imobilizado, tendo como foco principal a tarefa de impulsionar o projeto privatista do atual governo.

Fonte: Pactu

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