Dia Internacional de Luta protesta contra práticas antissindicais do Santander

Dia Internacional de Luta protesta contra práticas antissindicais do Santander
Dia Internacional de Luta protesta contra práticas antissindicais do Santander   

Manifestação em São Paulo contra abusos do banco espanhol

Os bancários realizaram nesta quinta-feira (23) um Dia Internacional de Luta contra as práticas antissindicais do Santander. A mobilização foi definida no último dia 7, durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, ocorrida em Assunção. Haverá manifestações no Brasil e outros países da América Latina.

O objetivo é protestar contra a estratégia do banco de entrar com ações judiciais contra entidades sindicais para tentar calar o movimento sindical. Uma nova carta aberta está sendo distribuída aos clientes e usuários do banco.

> Clique aqui para ler a carta aberta.

No final de abril, o banco ajuizou processos, com igual teor, em São Paulo, Campinas, Assis, Araras e Catanduva, buscando a condenação de sindicatos e da Contraf-CUT \"em indenização por danos morais, além da obrigação de fazer e não fazer\". 

O ajuizamento ocorreu após o Dia Nacional de Luta, realizado no dia 11 de abril, quando houve paralisações em todo país e distribuição de uma carta aberta que denunciava a falta de funcionários diante das demissões, além da prática de metas abusivas e do assédio moral.

O banco acusa as entidades de \"promoveram a edição de notícias inverídicas e comentários difamatórios, revelando induvidosa má-fé e inegável intenção de deturpar a imagem, reputação e o bom nome do requerente junto aos seus clientes e à sociedade em geral\".

Não foi a primeira vez que o banco tenta intimidar os trabalhadores. Em agosto de 2011, o Santander entrou com uma medida cautelar na Justiça contra o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Afubesp, a Fetec-CUT/SP e a Contraf-CUT para que fosse retirado do ar o spot veiculado na Rádio CBN na véspera da final da Copa Libertadores, entre Santos e Peñarol, em São Paulo.

Naquela ocasião, as entidades denunciaram as demissões de bancários brasileiros, os elevados bônus pagos aos executivos e o desrespeito com os aposentados do antigo Banespa, adquirido pelo Santander.

As quatro entidades foram condenadas a pagar uma indenização de R$ 1,5 milhão em primeira instância, mas recorreram da decisão judicial.

\"Não aceitamos a tentativa de calar o movimento sindical\"
\"Trata-se de mais uma prática antissindical do Santander que agride a organização dos bancários de todo Brasil\", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. \"Vamos entrar com todas as medidas judiciais cabíveis e intensificar a mobilização da categoria para defender o direito de expressão das entidades sindicais na luta por emprego, condições dignas de saúde, segurança e trabalho, e melhoria do atendimento aos clientes\", enfatiza.

\"O Santander deveria apostar no caminho do diálogo e da negociação coletiva. Não aceitamos a tentativa de calar o movimento sindical\", salienta Cordeiro.

O Santander continua dispensando trabalhadores em 2013, mesmo depois do processo de demissões em massa em dezembro do ano passado, quando o banco espanhol demitiu sem justa causa 1.153 funcionários e cortou 975 empregos. 

Nos primeiros quatro meses deste ano, conforme levantamento feito pela Contraf-CUT junto aos sindicatos, o banco espanhol dispensou 878 funcionários, principalmente coordenadores. Esse número, embora parcial, supera o total de 765 desligados nos primeiros quatro meses de 2012, conforme dados do Caged do Ministério do Trabalho e Emprego.

\"Não existe justificativa para demitir funcionários diante do lucro de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano no Brasil, que representa 26% do resultado mundial do Santander\", enfatiza o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

\"Essa realidade prejudica a saúde e o trabalho dos bancários e o atendimento na rede de agências. Não é à toa que o banco liderou em abril, pelo terceiro mês consecutivo, o ranking de reclamações de clientes no Banco Central\", aponta.

Na Espanha, que passa por grave crise financeira e onde o banco obtém hoje 11% do lucro global, a situação é bem diferente para os bancários do Santander. Lá, quase não há demissões no banco e um acordo assinado com os sindicatos espanhóis garante que não haverá medidas traumáticas nas relações de trabalho.

Queremos valorização
Esse novo ataque do Santander está sendo duramente criticado nos encontros estaduais e regionais preparatórios ao Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, a ser realizado nos dia 4 e 5 de junho, em São Paulo. 

\"Ao invés de ataques à organização sindical e à liberdade de expressão e enrolações nas mesas de negociações, queremos respeito, valorização e dignidade para os funcionários e aposentados do banco\", conclui Ademir.

No Pactu: os sindicatos do Pactu também participaram do Dia Internacional de Luta contra as práticas antissindicais do Santander e realizaram manifestações no  em frente as agências do Santander. Distribuíram carta a clientes e usuários do Santander e informavam sobre o comportamento do banco espanhol no Brasil. Clique aqui para ver mais imagens desta ação sindical

Fonte: Contraf/CUT, com Pactu

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