Curto-circuito

PACTU

( Pedro de Oliveira/ALPR )
Curto-circuito
Pedra no sapato. Chiorato lidera a frente de defesa das empresas públicas
Em vez de responder às dúvidas da oposição, a estatal Copel processa um deputado contrário à privatização

O governador Ratinho Júnior tem pressa em vender a ­Copel, estatal de energia do Paraná. Em fevereiro, a base de apoio do pessedista na Assembleia Legislativa aprovou a toque de caixa, sem consulta pública, o processo de privatização. O preço fixado àquela altura era de 3,1 bilhões de reais, valor irrisório diante do lucro de 5,1 bilhões da companhia no ano passado. O risco de prejuízo ao Erário levou um grupo de depu­tados estaduais do PT, PSDB e PDT a criar a Frente Parlamentar das Empresas Públicas. A coalizão quer esclarecer, entre outros pontos, as suspeitas de irregularidades processuais e maquiagens contábeis no balanço da empresa. Um dos contratos questionados pela Frente Parlamentar é a parceria entre a Copel e o Fundo de Investimentos em Participações FIP IEER, que deu origem à Companhia de Energias Renováveis (CER), da qual a estatal tinha 49,9% das ações. O acordo delegava a uma câmara de arbitragem a resolução de eventuais conflitos entre as partes. A sociedade não prosperou. Segundo os representantes do FIP IEER, a Copel deixou de investir o valor combinado. A CER participou de leilões e conquistou quatro projetos que exigiam investimentos de 2,1 bilhões de ­reais, mas a contrapartida da estatal nunca teria sido depositada.

René Ruschel -  Jornalista

Fonte: Carta Capital

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