BNDES registra alta nos desembolsos e totaliza R$ 490 bilhões até setembro

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BNDES registra alta nos desembolsos e totaliza R$ 490 bilhões até setembro
Em relação a 2022, banco de fomento registra alta de 21% no lucro líquido recorrente do trimestre, porém queda de 37,4% nos nove primeiros meses do ano

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tiveram aumento de 19,9% no terceiro trimestre de 2023, considerando o mesmo período de 2022, totalizando R$ 34,8 bilhões. Nos nove meses do ano, a Carteira Bruta de Operações de Crédito e Repasses totalizou R$ 490 bilhões, aumento de 4,1% em relação ao mesmo período de 2022 (R$ 470,9 bilhões). Porém, considerando a Carteira de Crédito Expandida (que inclui debêntures e outros ativos de crédito), o crescimento foi de R$ 15,7 bilhões, alcançando R$ 495,2 bilhões em 30 de setembro – aumento de 68,9% dos ativos totais.

O desembolso em todos os setores atendidos pelo BNDES cresceu em 2023, em relação ao ano anterior: infraestrutura (R$ 28,2 bilhões), agropecuária (R$ 18,3 bilhões), indústria (R$ 16,7 bilhões), comércio e serviço (R$ 12,3 bilhões), com destaque para as micro, pequenas e médias empresas, onde o banco destacou que foram viabilizados R$ 65 bilhões em financiamento até outubro.

“A evolução desses números é importante, porque o BNDES desempenha um papel fundamental para o desenvolvimento econômico e social no Brasil, como instituição financeira de fomento, na missão de promover investimentos que impulsionam o crescimento econômico, geração de emprego e redução das desigualdades”, explica o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção.

Lucro

O lucro líquido recorrente (que tira os efeitos extraordinários do lucro) apresentado pelo banco no terceiro trimestre de 2023 foi de R$ 2,9 bilhões, ante R$ 2,4 bilhões no mesmo período do ano passado, representando alta de 21%.

Por outro lado, o BNDES registrou queda de 19,4% no lucro líquido recorrente no último trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 5,5 bilhões), e nos nove meses de 2023 (R$ 15,1 bilhões), concluídos em setembro, queda de 37,4% em relação ao mesmo período de 2022 (R$ 24,1 bilhões), ou R$ 6,6 bilhões (queda de 27,8%), considerando a diferença em relação aos dividendos, juros sobre capital próprio (JCP) e provisão de risco de crédito. Excluindo os efeitos extraordinários, o lucro contábil acumulado nos nove primeiros meses do ano foi de R$ 14,4 bilhões. 

Em nota, o BNDES explica que enquanto o aumento do lucro líquido recorrente no último trimestre (de agosto até setembro) de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado, foi influenciado principalmente pelo crescimento da carteira de crédito expandida, “atenuado pela redução no saldo médio de tesouraria, em virtude, principalmente, das liquidações antecipadas de dívidas junto ao Tesouro Nacional realizadas em 2022”, por outro lado, a queda do lucro líquido dos nove meses de 2023 é explicada pela receita de R$ 7 bilhões de dividendos e JCP, redução de dividendos da Petrobras e reversão de provisões de crédito, “em especial pela recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores, principalmente por honra do Fundo Garantidor de Exportação junto ao BNDES”.

Ativos e inadimplência

Em relação aos ativos, o BNDES alcançou o montante total de R$ 719,3 bilhões, até 30 de setembro de 2023. Essa é uma alta de 0,1% (R$ 453 milhões) em relação ao mesmo período de 2022, e aumento de R$ 5,2% (R$ 35,5 bilhões) em relação a dezembro de 2022, com destaque para o crescimento de R$ 15,7 bilhões na carteira de crédito expandido e o aumento de R$ 8,9 bilhões na carteira de participações societárias.

Já a inadimplência (que é considerada quando pagamentos estão com mais de 90 dias em atraso) em 30 de setembro de 2023 manteve-se em 0,01%, igual percentual do trimestre imediatamente anterior e inferior aos 0,13% registrados em dezembro de 2022. Com essa taxa, a inadimplência para com o BNDES segue inferior à média registrada pelo Sistema Financeiro Nacional (3,49% geral e 1,33% para grandes empresas).

O Índice de Basileia – indicador que mensura a saúde financeira dos bancos – para o trimestre não foi divulgado, por conta de mudanças introduzidas por resolução e instrução normativa do Banco Central, entretanto, conforme a última informação disponível antes das mudanças, em junho de 2023, o BNDES registrava índice de 34,4%, muito acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central.

Confira aqui os destaques completos do balanço, apontados pela equipe da Rede Bancários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

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