Contraf critica terceirização na Dirao/BB e cobra garantias para bancários

Contraf critica terceirização na Dirao/BB e cobra garantias para bancários
A Contraf-CUT, federações e sindicatos se reuniram com o Banco do Brasil nesta terça-feira 16 para tratar de diversas questões de interesse dos bancários. A reunião ocorreu em Brasília e durou o dia todo.

Na questão da reestruturação da Dirao (Diretoria de Reestruturação de Ativos Operacionais), foram ouvidas as justificativas do banco e após a apresentação foram reivindicadas garantias para os trabalhadores que serão atingidos pelo processo.

O banco alegou que as mudanças visam segmentar e especializar as operações, bem como centralizar o back office da área. Também afirmou que trabalhará em parceria com demais unidades do banco nas bases afetadas para minimizar impactos aos funcionários. 

Uma das alegações da direção do banco para a reestruturação chocou as entidades sindicais. O BB alegou que está fazendo mudanças porque aumentou muito a quantidade de operações no setor nos últimos anos: passou de 500 para 1.300 operações por mês. 

"Na nossa visão, o que era para ser "Bom Pra Todos", porque o banco está sendo cobrado pelo governo federal para que atue mais na função de servir ao país fornecendo crédito, se tornou ruim para os bancários porque o banco está aumentando a terceirização de atividade-fim da categoria, e ruim para clientes e o próprio banco porque está colocando em risco serviços que são feitos pelos funcionários com muita competência", criticou William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Tanto é verdade que o BB é o banco que tem a menor taxa de inadimplência do mercado bancário (em torno de 2,0 % para 3,3 % no sistema) e tem muita qualidade na questão da recuperação de crédito. Mas isso é feito com a eficiência dos bancários.

No entanto, a Contraf-CUT considera a reunião com a Dirao/BB muito importante porque o que as entidades sindicais cobram com frequência aos bancos é que respeitem princípios básicos da Convenção 158 da OIT no que diz respeito a informar aos representantes dos trabalhadores processos que envolvam reestruturações para que seja possível minimizar impactos e ou achar soluções que protejam os trabalhadores.

Propostas das entidades sindicais

- Aumentar o número de funcionários na Dirao, em vez de aumentar a terceirização, porque o banco está alegando que a reestruturação na diretoria de ativos de crédito deve-se se a grande aumento da quantidade de operações, de 500 para 1.300 operações por mês. Não tem sentido terceirizar atividade-fim, em vez invés de contratar mais funcionários com os direitos legais da categoria.

- Garantir priorização para os funcionários da própria estrutura abrangida na reestruturação para o preenchimento de vagas na nova Dirao/Gecor.

- Garantir priorização para realocação daqueles bancários que perderem a função em condições similares de remuneração no próprio município/região.

- Ver a possibilidade de realocar funcionários que não fiquem na nova estrutura para locais de origem familiar ou onde estavam situados antes de irem para a rede Dirao.

- Garantir que os comissionados de funções extintas de 8h (novas de 6h no plano de funções) que não quiseram reduzir os salários migrem para a nova estrutura Dirao com a função de 8h. Foi compromisso do banco em 28 de janeiro garantir este direito. 

Resposta do BB: O banco afirmou que as pessoas poderão manter sua opção de 8h tanto se forem para outras áreas como na própria estrutura da Dirao. Informou que os funcionários têm que solicitar a manutenção de 8h para a Gepes de sua região.

Demais questionamentos

- está garantida a hora extra para os optantes às funções de 6h até 2014 como o banco prometeu, mesmo se a pessoa mudar de prefixo nas reestruturações?

Resposta do BB: O banco afirmou que sim, pois o direito de fazer hora extra é do funcionário, independente do prefixo em que ele estiver.

- como se dará a questão da redução de 100 escriturários? E os assistentes, quantos serão na Dirao? 

Resposta do BB: Serão 215 assessores operacionais plenos. Os escriturários terão maior facilidade de realocação e também poderão concorrer normalmente.

- se as Gepes e/ou Dipes nomearem em função de 6h, de forma equivocada, alguém que optou por ficar na Dirao/Gecor com a função de 8h ou que tenha ido para outra dependência optando por ser comissionado de 8h, o bancário pode pedir a correção? 

Resposta do BB: Sim, pode.

- haverá redução da média salarial na estrutura nova?

Resposta do BB: O banco não tem esses dados.

- como será a trava de dois anos para concorrências após o processo de realocação das pessoas?

Resposta do BB: Onde não foi promoção, foi lateralidade, não haverá mudança de contagem de tempo. Se for como ascensão, começa nova contagem de dois anos.

- quanto tempo levará a reestruturação? 

Resposta do BB: Não tem prazo para finalizar. São ondas, e a próxima só ocorrerá quanto finalizar a anterior.

As entidades sindicais alertaram ao banco que não tire a função dos bancários que já estão em funções comissionadas a mais de 10 anos, pois a Súmula 372 do TST garante a incorporação da comissão e os sindicatos entrarão na justiça caso isso ocorra. 

Nova GDP

A direção do banco apresentou, através da Dipes, o novo sistema de avaliação dos funcionários - a nova GDP. A mudança é a inclusão do cumprimento de metas individuais (resultados) na composição das notas da GDP.

O novo sistema permitirá que os gestores definam por conta própria e de forma subjetiva, metas diferentes para funcionários de suas dependências, o que pode acarretar distorções e aumentar a prática de assédio moral nos locais de trabalho.

A direção do banco alegou que os aprimoramentos foram baseados nas boas práticas do mercado, nas demandas organizacionais, na percepção dos funcionários e na literatura especializada. Afirmou que antes o acordo era formalizado só coletivamente: gestor registrava único acordo para todos integrantes da equipe e agora pode ser formalizado individual ou coletivamente, a critério do gestor.

Agora serão dois parâmetros avaliados:

COMPET
Fonte: Contraf/CUT

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